segunda-feira, 21 de dezembro de 1992

Deus é demais: Malu Pinheiro

Malu Pinheiro, como toda moça sonhava em casar e ter filhos. Bonita, desde pequena chamava à atenção dos homens. Adolescente ainda, já despertava paixões inclusive em homens casados, maridos das amigas. Na escola, na vizinhança, era a que mais sobressaia devido ao seu encanto. No trabalho, era tão "paquerada" que chegou a pedir demissão, devido a insistência do chefe. Mas Malu queria apenas um homem que a amasse de verdade, que não apenas à desejasse. Malu fixou a idéia de que todos homens eram iguais, que apenas queriam se aproveitar. Ela almejava mais do que sexo. Malu ansiava por carinho e aconchego. Sentido-se cansada decidiu passar alguns dias numa Colônia de Férias. Foi ali que despertou para o homossexualismo. No banheiro do alojamento viu pela primeira vez duas mulheres se beijando. O coração acelerou... os olhos brilharam... a mente divagou.., e ao mesmo tempo em que repudiava àquela cena se sentia mais atraída...

Malu começou a frequentar barzinhos de homossexuais e lá conheceu uma garota por quem sentiu muito atração. Reencontrou-a logo depois na casa de uma amiga e foi nesse dia que Malu foi beijada pela primeira vez. Seu primeiro beijo foi dado por uma mulher. Coração novamente acelerado... vergonha, medo, excitação...

Quando fez 18 anos, foi a uma boate e lá começou a namorar uma garota com quem dançara. Entre "tapas e beijos" o romance, durou 2 anos já que Malu não se deixava tocar... Ela queria apenas ser beijada, abraçada. Queria atenção, carinho... precisava de ternura ...

Depois de algum tempo, Malu começou uma nova relação e essa foi prá valer. O novo caso tratava-a que nem uma princesa, sendo afetuosa, carinhosa e Malu de repente se viu completamente envolvida , findando por ir morar com essa mulher. A família percebeu, os comentários surgiram, a mãe entre lágrimas dizia que tinha uma filha homossexual...

Os sentimentos eram confusos. Malu não queria admitir que gostava de mulheres, no entanto, a atração que sentia pelo sexo feminino estava nas entranhas e por mais que tentasse seria difícil repudiar esse desejo... só podia ser uma coisa satânica. Nesse meio tempo a família de Malu tornou-se evangélica, aceitando Jesus como salvador ... e as orações começaram... .

A Bíblia foi lida várias vezes e nenhuma dessas vezes Malu entendeu a palavra do Senhor e somente mais tarde é que percebeu que quando não se tem Jesus não se compreende nada. O clima na casa dela continuava tenso e Malu resolveu voltar para junto dos familiares fingindo, no entanto, que terminara com a mulher. Mas a paixão era muito forte. Apesar da ardência desse relacionamento, Malu sentia a dor da mãe e sofria. Então num dia em que refletia sobre a vida e sobre os próprios sentimentos pediu a Deus que lhe desse uma nova oportunidade... que fosse possível começar tudo de novo. Então as coisas começaram a mudar... o caso de Malu já não a tratava com tanto carinho, as gentilezas foram se tornando raras. A relação terminou e Malu sentiu-se morrer... mas aos poucos pela força do Espírito Santo, começou a reagir. Passou a frequentar a igreja e lá conheceu um rapaz a quem revelou o seu grande segredo. Teve apoio e carinho desse homem que mais tarde pediu para namorá-la. Após o batismo, Malu começou a fazer parte do Grupo de Teatro "Arte e Fé" e atualmente também realiza um trabalho de evangelização com os homossexuais que atuam na Glória, Lapa, Cinelândia e Praça Mauá. Malu compreende muito bem a vida dessas pessoas e por isso tenta resgatá-las para junto de Deus.

Malu, no momento não está namorando, entretanto não se sente mais sozinha porque tem esperanças de que um dia o Senhor irá realizar os seus sonhos de encontrar o verdadeiro amor num homem que a ame de verdade e que juntos unido s pelo companheirismo e carinho possam louvar o Senhor de mãos dadas...

OBS.: Atendendo ao pedido da irmã usamos um nome fictício. No entanto, qualquer correspondência poderá ser enviada à edição de nosso jornal.

Fonte: Jornal El Shadai, nº5, pág 20, Dezembro 1992.

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