quarta-feira, 16 de dezembro de 1992

Cecconi a expressão do talento

Ele entrou no mundo das artes em 64. Seu estilo foi denominado por um especialista francês como "hiper-realismo figurativo". Seu objetivo é "buscar na pintura uma realidade para transformá-la numa sinfonia". Glauber Campos Cecconi é prova viva de que o meio evangélico, ao contrário do que algumas pessoas pensam, possui talentos nas áreas mais diversas da arte. Membro da Igreja de Nova Vida de Botafogo, o artista garante que seu sucesso é a resposta de Deus. "Eu glorifico a Deus através da minha arte", revela ele.

Fotos: Sérgio Menezes

Carlos Fernandes

Cecconi expôs suas mais recentes obras, na galeria de artes Lausanne, que fica na Barra da Tijuca. A mostra "Primavera 92 na Europa" foi o resultado de sua viagem por aquele continente, como primeiro prêmio da jornada de artes promovida pela Universidade Estácio de Sá. Durante um mês na Europa, Cecconi conseguiu elaborar esboços e captar na memória e através de fotos, detalhes impressionantes da arquitetura e cotidiano europeu, que foram retratados nas telas com uma precisão real e ao mesmo tempo romântica.

Nem sempre o artista se dedicou à pintura. Formado em Publicidade, Cecconi foi durante muito tempo diretor de arte, ilustrador e capista, trabalhando em várias agências e editores. Autodidata, o pintor, que é natural de Sorocaba, São Paulo, ingressou na carreira através da Sociedade Brasileira de BelasArtes, onde absolveu as primeiras técnicas e estilos. "Eu me identifiquei muito com Antônio Parreira. Eu ia para o museu do Ingá em Niterói, e ficava impressionado com as obras daquele artista e comecei a seguir o seu estilo", lembra o pintor. Mais tarde, em 68, Cecconi teve oportunidade de conhecer o pintor Wim Van Dijk, que segundo ele, exerceu uma forte influência no seu trabalho.

Carlos Fernandes
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Nesta época, o artista conseguiu, junto com alguns colegas, autorização da Prefeitura para criar a Feira de Arte da Praça General Osório em Ipanema. "Eu passei um ano e seis meses expondo nesta feira e vendi quadros para turistas do mundo inteiro", afirma ele. Após este período, a feira assumiu outras características e Cecconi preferiu deixar de expor no local.

Carlos Fernandes
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Carlos Fernandes
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Em 72, o artista passou a se dedicar exclusivamente a sua profissão de publicitário até que vários anos depois, um encontro com o artista plástico Mazza Francesco fez com que retornasse ao mundo das artes, expondo e sendo premiado no salão da Marinha. A partir daí, o pintor começou a se dedicara temas como ruas da cidade, praças, feiras livres, marinhas e outros.

Desde 91, Cecconi se envolveu integralmentecom a pintura, trabalhando comdiversas galerias dentro e fora do Rio de Janeiro. Aos 53 anos, o artista está no auge de sua carreira e talento. Para o futuro, os planos são continuar levando o seu trabalho de forma séria e autêntica, compondo através de seus quadros, uma sinfonia cores, formas e luz.


Extraído: Jornal El Shadai, pág. 3, Ano I, ed.4, 1992.

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