sexta-feira, 23 de julho de 1993

Publicidade da Monark custará US$ 2 milhões

SÃO PAULO - A Monark investiu US$ 2 milhões na primeira fase da campanha publicitária, criada pela agência DM/9, que começa a ser veiculada no próximo domingo. Ao todo, são dois filmes, quatro anúncios para a mídia impressa, além de outdoors. O principal objetivo da campanha é mostrar a nova linha mountain bike Monark, que atualmente responde por 34% do volume de vendas da companhia.

"Até o final do ano a nossa meta é atingir 40% de vendas da linha mountain bike", diz Daniel Galindo, diretor de marketing da Monark. Os filmes criados pela DM9 foram feitos no Chile e as fotos produzidas no deserto de Utah, Colorado, e na Califórnia.

O filme de nome Paraíso mostra um ciclista subindo uma montanha com uma bicicleta mountain bike Monark. A câmera detalha o esforço e a luta contra os obstáculos e destaca os vários tipos de terrenos percorridos, como areia, argila, duna e rochas, todos no Norte do Chile. Na trilha sonora, um gospel exalta a determinação daqueles que tem fé e chegam onde querem.


Fonte: Jornal do Brasil, pág 76, 23/07/1993.



sexta-feira, 9 de julho de 1993

Pausa para os religiosos pregarem a Bíblia

TERESÓPOLIS, RJ, 09 (AE)

Depois do jantar, na inacessível concentração de Teresópolis, a rotina continua para Jorginho, Müller, Palhinha, Taffarel e Elivélton. Nada de carteado, novelas ou conversas sobre empresários que poderiam arrumar milionárias transações - divertimentos prediletos da maioria. Cada jogador pega a sua Bíblia e vai até o quarto marcado para o culto. Müller, que pretende ser pastor quando parar com o futebol, lê salmos em voz alta. O atacante pára quando encontra uma passagem significativa ou quando surge alguma dúvida sobre o significado de alguma metáfora.

"Seleção Brasileira e Deus são compatíveis. Não existe lugar no mundo que a pessoa não possa crescer aprendendo e debatendo sobre as palavras do Senhor - prega Müller. Os cultos evangélicos acontecem com a benção de Parreira, ele mesmo católico convicto. "Não vejo o menor problema. Pelo contrário, sinto que os jogadores ficam mais confiantes e tranqüilos depois de rezar. Não atrapalha o ambiente de jeito algum", assegura.

Já houve o tempo em que os Atletas de Cristo eram vistos como um bando de jogadores fracos de futebol ou de cabeça que buscavam apoio em Deus para os seus males. Apontados como fanáticos, tinham de fazer os seus cultos escondidos dos treinadores. A situação mudou muito.

"A porta do quarto fica aberta. Quem quiser entrar e rezar com a gente é bem vindo. Não precisa ser convertido. Basta acreditar em Deus e querer o bem alheio. Nós temos uns visitantes esporádicos" - diz, alegre, Palhinha. "A gente sabe que a reunião deles começa lá pelas nove horas. Todo mundo respeita e procura não pertubá-los. Depois de meia hora, as orações já terminaram e voltam as brincadeiras para cima de todo mundo. Atletas de Cristo ou não. Já estou acostumado. No Palmeiras é o César Sampaio quem prega. Aqui é o Müller" diz Zinho.

O lateral Jorginho garante que não existe um trabalho forçado de convencimento para os jogadores mais novos assumirem a religião. Segundo ele tudo acontece ou não de uma forma natural:

"Nós evangélicos estamos ganhando muito espaço. A palavra do Senhor está sendo melhor entendida. Ganhando força espiritual estamos melhor preparados para todas as situações que forem surgindo em nossa vida. Quanto mais pessoas estiverem convertidas melhor. Mas não depende de ninguém. A pessoa adota a religião caso se sinta pronta para receber Deus" - jura.

O fanatismo é exconjurado. Nenhum jogador cristão esconde a ira quando tem de falar se sabe adotar a religião sem perder a noção da atividade esportiva escolhida para tirar o sustento. "De jeito algum. Vivem falando isso do nosso grupo, mas buscamos apenas Deus como qualquer outra religião. O que acontece é que somos jogadores conhecidos e isso impressiona", diz o futuro pastor Müller, que as segundas-feiras costuma promover cultos na sua casa em São Paulo.

Fonte: ©Agência Estado.Aedata 09/07/93.