sábado, 9 de janeiro de 1993

João Marcos: Um talento sobre Rocha Firme

João Marcos
João Marcos

A certeza que se tem ao ouvir João Marcos cantando é de que sua voz doce e melodiosa toca literalmente o céu. "Pai Nosso", "Rocha Firme" e tantas outras músicas transportam o ouvinte para uma plenitude de louvor e adoração a Deus. Marquinhos, como é conhecido pelos amigos, canta desde os três anos de idade e vem desenvolvendo, de maneira autodidata, técnicas e estilos que levam a sua voz a cada dia parecer mais perfeita.

Mas não é apenas a sua voz que é doce, ele também é uma pessoa bastante carinhosa, que conquista os amigos com seu jeito meigo e calado. Entretanto, atrás deste rapaz de 25 anos se esconde um cantor cheio de garra e objetivos que vem vencendo todos os obstáculos para levar a Palavra através de sua música, como compositor, e de sua voz, como intérprete.

O despertamento para a carreira surgiu ainda bem pequeno quando sua família, todos evangélicos, formavam pequenos conjuntos que cantavam na igreja e nos cultos nas casas dos irmãos. João Marcos estava sempre lá, desafiando as barreiras através de agudos que impressionavam os presentes. Ele lembra que sempre gostou de brincar com a voz e ir sempre além do que tinha feito anteriormente. Quem ouve o cantor pode pensar que sua voz é fruto de um aperfeiçoamento em cursos. Mas não. Marquinhos conta que desde de menino, ele lia muito e prestava muita atenção nas técnicas dos outros cantores, tentando captar o melhor de cada um. No meio evangélico, um de seus inspiradores foi o Álvaro Tito e na música secular, Milton Nascimento e Chico Buarque eram os preferidos. "Eu sempre participei de corais e isto é unica grande escola para um cantor. A gente aprende a educar a voz", garante João Marcos.

Como compositor, segundo Marquinhos, não existe uma regra para o surgimento das melodias e letras. Ele conta que as suas melhores músicas sempre chegam nos momentos de muita alegria ou muita tristeza. Estes dois pólos o inspiram muito, a qualquer momento do dia. Muitas vezes, o cantor lembra que no meio da noite ele acorda com uma idéia na cabeça e vai para o piano desenvolvê-la. "Minha mãe é testemunha. Às vezes ela acorda e eu estou no piano tocando até conseguir concretizar o que está na minha cabeça", revela ele.

A aceitação do público tem sido muito boa. João Marcos está na lista das mais pedidas do programa Louvor 10 da Rádio El Shadai FM há varias semanas e sua cotação continua subindo. Ele garante, entretanto, que só sente que seu objetivo foi alcançado numa igreja onde se apresenta quando ouve comentários de pessoas afirmando que Deus falou a elas através de sua música. Quando apenas as palavras são de elogios a sua voz e talento, Marquinhos sente que apenas o cantor sobressaiu e não a mensagem de Cristo, que é o razão de tudo.

A oportunidade de gravar o primeiro disco surgiu e foi amadurecendo aos poucos. Desde adolescente, quando começou a participar de festivais de música evangélica a nível estadual, João Marcos começou a ser bastante premiado, muitas vezes com o primeiro lugar. A partir daí começaram os convites e as apresentações na Primeira Igreja Batista de Niterói, onde é membro, e em muitas outras igrejas. Com a idéia do disco na cabeça, Marquinhos partiu para a fase mais difícil: o patrocinador. Assim, membros de sua família colaboram para o empreendimento e veio também o apoio do deputado Arolde de Oliveira, que deu o "ponta-pé inicial". Com o disco pronto, que teve logo de início uma grande aceitação junto ao público, João Marcos passou a ser mais conhecido fora do meio batista, tendo a oportunidade de levar a mensagem de Deus através dos acordes de sua música.

Hoje, muitos objetivos ainda estão a espera para serem alcançados, mas o jovem cantor não desiste. A rotina de trabalho não é das mais fáceis. Marquinhos trabalha durante todo o dia no Departamento Pessoal da sua igreja e à noite se apresenta nos programas onde é chamado a participar. Além disso, parte do seu tempo é dedicado também ao coral de adolescentes da Primeira Igreja Batista de Niterói, onde é regente e onde se sente, apesar da pouca idade, um pouco pai de cada adolescente.

Fonte: Jornal El Shadai, nº 6, Dezembro de 1993, página 9.

Nenhum comentário:

Postar um comentário