domingo, 1 de novembro de 1992

Uma luz brilha em Angola

Missão Batista de Waku-Kungo foi iniciada pelo missionário autóctone Pr. Aurélio Japão, graças à visão e apoio das igrejas batistas do Brasil através da. Junta de Missões Mundiais. Os batistas brasileiros estão empenhados na evangelização dos novos nativos de Angola, participando do Programa de Missionários Autóctones, coordenado pelo Pr. Henoch Quiavaúca. Este Programa conta, hoje, com três missões em três províncias de Angola, a saber: Luanda com o missionário Candido Wannuque, Xangongo com o missionário Guilherme Chitocota e Waku-Kungo com o missionário Aurélio Japão.

Waku-Kungo é uma pequena vila rodeada por mais de 20 aldeias, cuja principal sobrevivência é a agricultura.

A Missão Batista de Waku-Kungo conta com mais de 40 pessoas. Em. apenas 3 meses de fundação, já possui dois pontos de pregação em duas aldeias vizinhas, com assistência de 20 pessoas.

O grande dilema da missão é que os novos convertidos, na sua maioria, estão casados com mais de duas mulheres, por ser este o costume da região.

Este problema também afeta as mulheres recém-convertidas, pois convivem na mesma casa com a segunda mulher do marido.

Os convertidos, ao serem confrontados com o plano de Deus sobre o casamento, questionam ao missionário sobre o que fazer. O Espírito Santo tem iluminado para tratar com estas questões delicadas.

Os pais e os mais idosos clamam aos irmãos, a fim de que orem em favor de seus filhos, para que não enfrentem esse problema, pois têm sido fonte de muitas tristezas nas aldeias pelas brigas que provoca.

Outro grande desafio que a Missão Batista de Waku-Kungo enfrenta é a proliferação de seitas e religiões africanas, que misturam a Palavra de Deus com práticas obscuras.

Um desses grupos, denominado "Profetas", tem semeado medo e morte nas aldeias, pois alegam descobrir quem são os feiticeiros e onde se escondem.

O método mais comum usado por este grupo é fazer o acusado saltar uma Bíblia. Caso haja hesitação, deduzem que é feiticeiro e logo é apedrejado. Em relação às mulheres, colocam uma Bíblia aberta no peito da acusada; caso a Bíblia fique colada, acusam-na de feiticeira.

A maioria dos nossos crentes recusa-se a se submeter a essa prática abominável, por isso são chicoteados e perseguidos. Apesar destes problemas que afetam o povo Kimbundo de Kwanza-Sul, nomeadamente Kibaia de Waku-Kungo, os nossos irmãos continuam firmes na proclamação da Verdade. Na última viagem que realizamos nas aldeias limítrofes da missão, pudemos ver vários irmãos marcados pelo chicote, mas com convicção de continuar seguindo a Jesus. Oremos pelo povo Kimbundo de Kwanza Sul e especialmente pela Missão de Waku-Kungo, e pelo Pr. Aurélio Japão e sua família. Não deixem que esta luz se apague. Pr. Henoch Quiavaúca Missionário Autóctone em Angola Junta de Missões Mundiais da C.B.B.



Fonte: Jornal El Shadai, nº3, pág 4, Novembro 92.


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