quinta-feira, 11 de julho de 2024

CCM Galeria Top 2002 - Setembro

Galeria Top 2002/Setembro



Top Lite
Carlos Fernandes
# Artista Título Gravadora
1Banda LVViver Pra JesusStauros
1Claudinho MacielViver FelizTop Gospel
1Cris DelannoÁgua da Vida
1DavisonO CaminhoAB Records
1DennisTuas Promessas
1FatyGênesisGospel Records
1Fernanda BrumUm Quebrantado CoraçãoMK Music
1Giselle di MeneSou EuMK Music
1Grupo EllasEterna GraçaMK Music
1JamilyTempo de VencerLine Records
1Jefter FigueiredoOlha Pra Jesus
1KellenA Mão de Deus
1Liz LanneEnquanto Deus TrabalhaMK Music
1Marina de OliveiraSubmege-meMK Music
1Maurílio SantosÉs FielGospel Records
1Mauro MartinLado a LadoIndepedente
1Novo SomTudo É Nada Sem VocêMK Music
1RobyA Porta Que Deus AbreLine Records
1Soraya MoraesDigno de GlóriaLine Records
1Vânia MattosDiante de TiIndepedente
1IB LagoinhaQuero Subir
1IB Nova JerusalémTua UnçãoMK Music
1Jeová NissiCorrente de ÁguasMK Music
1Renascer PraisePromessaGospel Records
1Ronaldo BezerraTu SondasMK Music
1IB Nova JerusalémDom de AmarMK Music
1Kleber LucasTodas as VezesMK Music
1EyshilaVocê ChegouMK Music
1Marquinhos GomesNosso AmorMK Music
1Novo SomVoz do CoraçãoMK Music
1VoicesNosso Amor É LindoMK Music

A Galeria Top Brasil é baseada nas execuções das rádios El Shadai e Proclamai FM Rio.

Top Regional Brasil
Carlos Fernandes
# Artista Título Gravadora
1Welington CamargoPlanos de Deus
1Antônio JustinoInterior do Sertão
1D Carlos e DanielVoa Pensamento
1Dani e DaviVigília Abençoada
1Daniel RomaoVocê Vai Vencer
1DenisdethÉ Tão Linda
1Põe AzeiteDirce Ribeiro
1EnochPaciência
1Estevão e João MarcosDiferença
1Jesiel e JosiasFilho Pródigo
1Jesiel e JosiasSerás Feliz
1José Carlos e RenatoQuem Está Feliz
1Leda da SilvaDracma Perdida
1Leda da SilvaQuero Fazer Missões
1Marcelo e AbeildoNem Tudo Está Perdido
1Marcelo e AbeildoO Preço da Vitória
1Marcelo Silva e DaguielCoração
1Marcelo Silva e DaguielPorta Voz do Senhor
1Os PeregrinosDia de Festa
1Rose NascimentoJesus Não É o Homem
1Wilma e MizaelOutra Vez

Top Pop Brasil
Carlos Fernandes
# Artista Título Gravadora
1Banda & VozFariseu(MK Music)
1Banda LVGrande Dia
1Banda RaraVivida
1Banda ReluzVem Viver
1Grupo SantuárioSolução
1KhorusAlém do Céu
1Osana FrançaLavantarás do Chão(Indepedente)
1TinaQuase Não É Nada
1Assembléia do SomFeliz Demais
1Beto NovaMais Que Vencedor
1Claudinho MacielPalácios(Top Gospel)
1Elisete DávilaLevantai as Mãos
1EyshilaAnjos(MK Music)
1FatyVencedor Invicto(Gospel Records)
1Fruto SagradoLivre Arbítrio(Top Gospel)
1Ilha de PatmusCaminho(Gospel Records)
1Praise MachineHá Uma Luz(Gospel Records)
1Mauro MartinFaz o Impossível(Indepedente)
1Raquel MelloMais Que Vencedor(MK Music)
1Renascer PraiseDeus do Impossível(Gospel Records)
1ResgateDaniel (Acústico)(Gospel Records)
1Templo SoulVolte ao Início()
1Val MartinsProteção(Zekap)

terça-feira, 9 de julho de 2024

Michael W. Smith - Change Your World (Reunion)

Por Chris Well

Jimmy Abegg
Change Your World
Michael W. Smith
REUNION

Quando você é criança, não procura necessariamente arte na música que escolhe. Você quer algo que possa ouvir com prazer, que possa compartilhar com seus amigos sem ser ridicularizado. Change Your World é algo para a criança que existe em todos nós, porque, mais do que qualquer álbum que ele já fez, Michael W. Smith entregou um álbum extremamente divertido, com melodias em camadas e harmonias do mais alto calibre. Co-produzido por Smith com Mark Heimermann (o co-produtor da tão doce estreia de Lisa Bevill, My Freedom), seria fácil descrever Change Your World como The Big Picture com grandes vocais de fundo, fácil, mas injusto.

Embora ambos os álbuns possuam uma onda pop ardente (e The Big Picture ainda soa bem, seis anos depois), ...Picture foi um álbum um pouco sombrio (para Smith), mais como se ele tivesse trabalhado muito duro nele; e o tema constante de Smith sobre "auto-estima" soava mais como os apelos de um treinador do ensino médio - "não apenas corra, corra mais rápido".

Change Your World ainda trata da cura espiritual e emocional por meio da auto-estima piedosa e de encontrar amigos que afirmem seu sistema de valores - mas desta vez tudo parece muito mais natural. Em Picture Perfect, Smith canta o que poderia ter sido sua canção de amor básica e saudável do ensino médio, mas os escritores Smith e o co-escritor de longa data Wayne Kirkpatrick seguem para o refrão encantador: 'Você não precisa ser perfeito / Para estar no meu mundo / Você não precisa ser perfeito / Para caber na moldura."

Smith e Kirkpatrick então vêm do outro lado com Somebody Love Me, enquanto Smith canta da perspectiva de alguém que não se sente amado: "É como querer cantar / Mas precisar de uma música / Quando ouvirei a música tocando." Para crédito do compositor, eles não tentam responder ao problema com uma frase barata ou com "Deus te ama, isso é o suficiente". A solidão é real e a simpatia de Smith é revigorante.

Embora Change Your World não seja uma plataforma de agitar bandeiras, a fé de Smith ainda é parte integrante de sua música: Give It Away e Cross of Gold são declarações claras de onde está sua fundação. O primeiro é um hino que deveria ter um bom desempenho nas rádios cristãs, com a conclusão: "O amor não é amor até que você o dê". E Cross of Gold poderia muito bem ser o ponto focal de todo o álbum: musicalmente, porque é uma jam sólida; liricamente, porque chama os santos roladores no tapete - "É uma chama/É uma paixão... ou é um jogo/Religião na moda." Na ponte, sussurros eletrônicos flutuam sobre a música: "É decoração ou proclamação? Para alguns, é apenas algo para usar no pescoço... significa muito mais do que isso para mim."

Há também um dueto com Amy Grant, Somewhere Somehow, que pode confundir alguns. É uma música sobre amores distantes, uma espécie de equivalente romântico de Friends. E há outro amor, o corajoso I Wanna Tell the World, que Smith escreveu para sua esposa (com a ajuda dos escritores Heimermann e Toby McKeehan do DC TALK).

O grande final, porém, é uma nova visão de Friends, que está comemorando 10 anos. Enquanto a primeira gravação, primitiva em comparação, pode acentuar a melancolia de amigos que se separam, a nova gravação é um grande hino que sem dúvida se tornará um estremecedor para toda uma nova arena de fãs.

Quando alguém tem tanto a perder quanto Smith, é emocionante vê-lo fazer um projeto tão divertido e natural. Alguns fãs podem ignorar isso - Deus os abençoe, eles não querem apenas a semente, eles querem todo o fertilizante também - mas Change Your World certamente poderia plantar a semente do Evangelho com ouvintes em todos os lugares.

E, igualmente importante, aqui está um álbum de um cristão que você pode tocar para qualquer um dos seus amigos. Porque quando você é criança você não quer arte, você quer algo para ouvir... e isso pode mudar o seu mundo.




Fonte: CCM Magazine, pág. 52, v.15 e.3 a.1992.

domingo, 7 de julho de 2024

Robin Crow - Electric Cinema (Rendezvous Entertainment)

Por Bruce A. Brown

Jimmy Abegg
Electric Cinema
Robin Crow
Rendezvous Entertainment

Robin Crow há muito tempo já impressiona aqueles que o conhecem, tanto fãs quanto colegas musicais, como um dos melhores guitarristas que surgiram em anos. Não por culpa sua, a carreira musical de Crow tem sido continuamente prejudicada pela escassa disponibilidade de seus lançamentos independentes e pelo fato de que suas gravadoras anteriores tinham o péssimo hábito de fechar as portas. A boa notícia é que Crow finalmente conseguiu um selo com alguma estabilidade, o selo internacional BMG. Melhor ainda, o seu mais recente esforço capta a amplitude do seu tremendo talento.

O "gancho", por assim dizer, no Electric Cinema (pelo menos para o público mainstream) é a inclusão de uma suíte que apresenta três itens básicos do AOR - Sim ' "Roundabout," do U2 "I Still Haven't Found What I'm Looking For" e do Pink Floyd "Another Brick in the Wall, Part II." Crow mostra muita coragem ao fazer covers de músicas de guitarristas idiossincráticos como Steve Howe, The Edge e David Gilmour, mas isso é um indicativo da confiança que ele demonstra ao longo do álbum. Em "Roundabout", o guitarrista exibe trastes acústicos que deixariam Howe com inveja, enquanto abre caminho para Robb Hajacos apresentar um solo de violino ao estilo do Kansas, enquanto em "Still Haven't Found", a guitarra de Crow assume a natureza de uma gaita de foles.

Mas a maior parte do álbum é composta por composições que Crow escreveu por conta própria, em conjunto com Jim Weber ou com os músicos convidados Paul Brannon e Kerry Livgren. Famoso por sua habilidade em instrumentos elétricos de braço duplo, Crow muda facilmente de arpejos de 12 cordas para execuções ardentes de notas únicas. Muitas das faixas são construídas em torno de camadas de violão e partes sofisticadas de percussão, o que evita que os arranjos se tornem obsoletos. Especialmente dignas de nota são a abertura "Shooting Stars", a música mais agressiva do lote, "Speed of Sound", que mostra Crow tocando sua ala acústica Michael Hedges e "Sleepwalking", que mostra o aguçado senso melódico do artista. O apropriadamente chamado Electric Cinema já é o disco mais distribuído da carreira de Crow e mostra todos os sinais de ser o de maior sucesso.

Faixas:

# Título Duração
1Shooting Stars4:18
Suite:(Spirits From The Past)
2aRoundabout6:43
2bStill Haven't Found (What I'm Looking For)4:39
2cAnother Brick in the Wall, Part II6:04
3Seven Leagues Under5:15
411th Hour4:40
5Rainmaker4:13
6Speed Of Sound5:48
7Sleepwalking4:35
8Great Abyss3:03

Créditos:

  • Bass Guitar – David Hungate, Don Johnson (30), Michael Rhodes
  • Drums – Larrie Londin
  • Executive-Producer – Ken Mansfield
  • Guitar – Paul Brannon, Robin Crow
  • Keyboards – Kerry Livgren, Mike Lawler
  • Percussion – Farrell Morris, Terry McMillan, Tom Roady
  • Producer – Robin Crow
  • Programmed By – Ken Wilemon
  • Violin – Rob Hajacos
  • Vocals – Barbara Bailey Hutchison



Fonte: CCM Magazine, pág. 42, e.1 a.1992.

sábado, 6 de julho de 2024

Chris Eaton - What Kind of Love (Cadence)

Por Brian Q Newcomb

Jimmy Abegg
What Kind of Love
Chris Eaton
Cadence

Quando Amy Grant estava cavoucando um nicho no pop dance, no coração da América, em seu lançamento de 1985, Unguarded, ela se voltou duas vezes para canções de Chris Eaton, Stepping in Your Shoes e Sharayah.

Grant devolve o favor das composições na faixa título do novo lançamento americano de Eaton (chegou à Europa no ano passado com um título diferente), o qual explora o significado de I Coríntios 13.

Este disco poderia facilmente ter sido produzido nos idos de 1985 ou, então, seus sons adultos e contemporâneos influenciados pelo R&B e soul, finamente elaborados, poderiam ter sido captados em fita no passado. Os toques sutis - a naturalidade céltica e as flautas em Boat of Devotion, a minestra de piano em Wherever I go, o ruído estridente que abre Old Friends, a energia vibrante de Ordinary People - entretanto, sugerem um momento completamente moderno no tempo.

Em um pop sofisticado para adultos, os pontos fortes de Eaton estão nas melodias de senso comum e nas letras bem cuidadas que falam da vida real em tempos fora do comum. Com graça e inteligência, ele compõe sobre as decisões que todos nós tomamos e nos fazem chegar até o melhor de nós mesmos (The Highest Honour) ou a algo inferior. Compreendendo verdadeiramente, como em God So Loved the World, que Deus amou tanto o mundo, Eaton extrai de chavões banais familiares, como "Hoje é exatamente o primeiro dia do resto de sua vida", todo o clichê ali existente. É uma verdade simples para vidas que podem ser complicadas e difíceis. O pop de Eaton é um bálsamo ou um incentivo. É uma sugestão de que as coisas comuns são sagradas, que o cotidiano está repleto de oportunidades.


Fonte: CCM Brasil Magazine, pág. 52, e.1 a.1998.

Skanktified - Diversos Artistas (Eclectica Music)

Por Dave Urbanski

Jimmy Abegg
Skanktified
Diversos Artistas
Eclectica Music

Como já se sabe, estamos vivendo um momento central na história: a terceira onda da música ska.

Ska - aquele som dançante, adorado pelos jovens que usam chapéu de feltro e óculos de sol, espalhados pelos Estados Unidos - nasceu há cerca de quatro décadas na Jamaica (a primeira onda), foi revivido e sofreu mudanças na Inglaterra no final dos anos 70 e início dos 80 (a segunda onda) e explodiu novamente em popularidade durante os últimos anos, como prova o sucesso comercial de bandas americanas, tais como o No Doubt, os Mighty Mighty Bosstones e o Save Ferris (a terceira onda).

A característica definidora do ska da terceira onda é a mistura de gêneros. Nenhuma das bandas toca ska puro. Ao contrário, elas tocam outros estilos musicais (punk, rock, heavy metal, pop) e criam incontáveis híbridos, mas em todos eles o ska é o elemento central.

Se há algum disco que captura a diversidade musical da terceira onda é esta compilação de Skanktified. E se por um lado a produção primorosa não é um traço consistente (o CD apresenta 22 canções, a maioria de bandas independentes), a variedade de estilos, os sons e a abordagem expressa nas letras é bastante satisfatória graças sejam dadas ao estilo skank.


Fonte: CCM Brasil Magazine, pág. 51, e.1 a.1998.

King of Fools - Delirious (Furious/Sparrow)

Por Lucas W Hendrickson

Jimmy Abegg
King of Fools
Delirious
FURIOUS/SPARROW

O problema com o nome Delirious é que as pessoas podem esperar que a banda seja alguma coisa a mais do que realmente ela é. Mas o que ela tem de bom é que estes cinco garotos fazem o que sabem fazer (um louvor alternativo à base de guitarras, na falta de um termo melhor) de uma maneira excelente.

Se o leitor não ouviu a história ainda, aqui vai a essência da coisa: a Delirious surgiu de uma série de reuniões de grupos jovens chamada Cutting Edge, que teve início em 1992, em Littlehampton, na Inglaterra. Trabalhando em silêncio, a banda reuniu um conjunto estável de originais e canções de louvor, culminando em lançamentos de álbuns que capturaram a atenção da Rádio BBC. Assim, nascia uma nova sensação britânica. King of Souls, lançado no ano passado, no Reino Unido, está a caminho deste lado do oceano, contendo 13 faixas extraordinariamente bem construídas, as quais, do ponto de vista das letras, falam diretamente para a população jovem de ambas as culturas e está em busca de seu caminho espiritual.

Se há uma falha na abordagem sonora do Delirious, ela está no fato de que eles soam um pouco excessivamente como uma versão britânica do Big Tent Revival (e note bem, isto não é uma crítica a nenhuma das bandas). Sim, os acenos musicais aos contemporâneos ingleses tais como Oasis, Del Amitri e The Verve estão presentes, mas há momentos em que, se pudéssemos remover o sotaque da voz do líder vocal da banda, Martin Smith, seria possível jurar que estamos ouvindo a Steve Wiggins, da BTR.

As faixas de destaque incluem o corte de título contemplativo, Revival Town, dos Vigilants of Love, a abertura pantanosa em Sanctift e o manifesto (provavelmente inspirado no U2) White Ribbon Day. A questão fundamental agora, com a qual a banda se vê às voltas, é: "Quando será possível ouvirmos mais coisas?"


Fonte: CCM Brasil Magazine, pág. 50, e.1 a.1998.

Jaci Velasquez - Jaci Velasquez (Myrrh)

Por Dove Urbanski

Jimmy Abegg
Jaci Velasquez
Jaci Velasquez
MYRRH

Quando alguém faz seu primeiro disco em um selo fonográfico importante, aos 16 anos, e torna-se imediatamente um dos artistas estreantes de venda mais rápida da história da música cristã, é capaz de ter pelo menos alguns manda-chuvas retirando os obstáculos para assegurar o sucesso da continuidade. Foi exatamente isso que a Myrrh fez em relação ao esforço da auto-intitulada colegial Jaci Velasquez, alistando o que chega a ser um "quem é quem" dos ícones máximos da composição e dos estúdios (Mark Heimermann, Wayne Kirkpatrick, Michelle Tumes, Jerry McPherson, Toby McKeehan, Michael Tair, etc). Isto fica evidente na excelente produção do CD e nas cativantes melodias e letras.

Será a diferença entre ter 16 e 18 anos? Seu jeito de cantar recém-contido se acomodará bem à legião de fás que ela deu tanto duro para conquistar? Estas são perguntas que ficam sem respos'ta no momento. A única coisa de que se pode ter certeza é que Velasquez é uma cantora que continua a soar mais amadurecida que sua idade tenderia a ditar. Suas harmonias atmosféricas emprestam uma calorosa imprecisão à austera faixa que abre o álbum, God So Loved. Ela tempera um dos poucos números que impulsionam o disco, Show You Love, sem papas na língua e com verve (recebendo o apoio hábil de Tair). Quase se pode vê-la sorrindo enquanto canta You, uma linda balada de amor a Deus.

E caso Velasquez comece a compor suas próprias melodias como um veterano de 20 e poucos anos... fique de olho! —


Fonte: CCM Brasil Magazine, pág. 50, e.1 a.1998.

Exodus - Diversos (Rocketown)

Por Wendy Lee Nentwig

Jimmy Abegg
Exodus
Various
ROCKETOWN

Procurando por uma saída da música de adoração convencional? Exodus, então, pode ser o bilhete de passagem, especialmente pelo fato de que o sentido literal do título é "partida". Os ouvintes não precisam buscar muito além da curiosa arte da capa, assinada por Jimmy Abegg (trata-se de um arbusto em chamas, caso você não tenha certeza), para perceber que este projeto é algo diferente.

Na esperança de imprimir um impulso único à adoração, Michael W. Smith queria fazer algo novo com este disco que ele produziu para seu jovem selo Rocketown. Consequentemente, apresenta uma mistura incongruente, mas emocionante, de artistas, cada um oferecendo sua própria interpretação do que é música de adoração, ou talvez o que cada um gostaria que ela fosse.

Exodus abre com uma melodia basicamente instrumental que dá o tom do álbum. No encalço deste chamado à adoração, estão nove trilhas que percorrem a escala musical, indo do tradicional (como Salvation Belongs to Our God, de Crystal Lewis) até o alternativo (na forma de Sixpence None the Richer e Jars of Clay).

Mas é o Dc Talk que dá um chute em tudo com My Will, apresentando um refrão que é uma alegre reminiscência da obra de Tair, em Canticle of the Plains. A contribuição de Sixpence, Brighten My Heart, é o verdadeiro destaque, no entanto, com os vocais claros e terrenos de Leigh Nash, sendo um par perfeito para as letras simples e honestas que a banda tomou emprestado de A Book of Celtic Devotion. Chris Rice também marca pontos com aquilo que Smith chama de "a canção chamariz do disco" (Nothin), enquanto Cindy Morgan canta uma melodia assombrosa que ela compôs com Smith (Make Us One). Dentre outros a se apresentarem estão Third Day, cantando o clássico Agnus Dei, de Michael W. Smith e The Katinas.

Com artistas e estilos tão diferentes entre si representados, a produção de Smith empresta uma necessária coesão ao projeto e habilidosamente funde estes moldes em uma experiência singular de adoração. Sua mão nos controles também resulta no som de assinatura que aflora em lugares improváveis, tais como no meio da valiosa contribuição dos Jars of Clay, em Needful Hands.

Fechando o álbum está o próprio cover feito por Smith em I See You, de Rich Mullins, uma canção com a qual Mullins gostava de encerrar seus shows. Smith admite que foi um trabalho duro decidir por esta melodia que amarra o projeto de forma primorosa.



Fonte: CCM Brasil Magazine, pág. 50, e.1 a.1998.

Rich Mullins And A Ragamuffin Band – The Jesus Record

Por April Hefirer

Carlos Fernandes
ILLUSTRATION. T. GREENE

Às vezes, a melhor maneira de processar a dor é encarando-a bem de frente, colocando todas as emoções que ela traz na mesa. Para os amigos — e agora fãs — do cantor e compositor I Rich Mullins, este é o objetivo deste projeto, ao mesmo tempo em que realiza muito mais. E é este "mais" que teria finalmente despertado o interesse do próprio Mullins.

Embora ele tenha terminado de compor e criado o conceito que estava por trás de seu empreendimento seguinte, a morte inoportuna de Rich Mullins, há um ano, em um acidente de automóvel, deixou sua obra inacabada até que uma idéia fosse acalentada para finalizar o que o falecido artista, tocador de cítara, começou. Companheiros íntimos que o ajudaram, tipos musicais surrados de todos os lugares (a.k.a. Mullins' Ragamuffin Band), que apreendiam o manto do amigo, concluíram seu último legado musical, um álbum que ele gostaria de dedicar à narração da história do seu Salvador, da melhor forma que pudesse lembrar. O resultado? Um projeto com dois CDs que fala por inteiro e, o mais importante de tudo, com paixão quem era e é Jesus Cristo.

Carlos Fernandes
The Jesus Record
Rich Mullins & Ragamuffin Band
MYRRH

O primeiro CD, The Jesus Demos, apresenta tratamentos dados a canções originais gravadas de forma nua e crua, que Mullins fez para o seu novo selo fonográfico, duas semanas antes de sua morte. The Jesus Record, produzido por Ragamuffin Rick Elias, traz os companheiros de banda de Mullins, Mark Robertson, Aaron Smith e Jimmy Abegg, e os artistas veteranos Michael W. Smith, Ashley Cleveland, Amy Grant e Phil Keaggy.

Se por um lado as vozes podem não ser de Mullins, as canções deixam poucas dúvidas a respeito da identidade do compositor. Abrindo com um assobio a abençoada My Deliverer, Elias canta, em inglês, o seguinte:

"Meu Salvador está chegando
Meu Salvador está ao meu lado
Ele jamais quebrará Sua promessa
Embora as estrelas possam romper sua fé no céu."

O voltar de Grant para Nothing is Beyond You (Não Há Nada Além de Você), tocada em cordas, lança nova luz sobre um Messias que tudo sabe e tudo pode, ao mesmo tempo em que um piano solitário e desejoso acompanha a tomada rica e de alguma forma poderosamente moderada de Cleveland em Jesus. Smith enfrenta Heaven in His Eyes com enorme autoconfiança, graças a toques apropriados no B-3 e no Wurlitzer. Um coral de vozes se une para conduzir o ouvinte à All the Way to Kingdom Come. A canção executada em violão com cordas de aço, You Did Not Have a Home, pode não falar de Jesus, mas os versos ágeis soam bastante, como Mullins, no refrão repleto de ironia: "A esperança do mundo inteiro repousa sobre os ombros de um homem sem teto."

Os dois únicos cortes que Mullins não interferiu na composição ainda se refletem na perspectiva excêntrica e sincera de um humilde nômade a respeito da vida. Robertson e Beaker utilizam uma apropriada ironia em Surely God is With Us, em que perguntam:

"De onde Ele é, quem é Seu pai?
As prostitutas todas parecem amá-Lo
E os bêbados erguem-Lhe um brinde."

Enquanto isso, Elias corre até o outro extremo do espectro emocional com um suave desempenho na melodia de sua autoria, Man of No Reputation, um testemunho musical marcante da modéstia e humildade de Cristo.

That Where Iam, There You alça a voz de Mullins na gravação demonstrativa e a une com uma diversidade de vozes para fechar o projeto, tal como um P.S. (postscript), uma cítara cantarola solitária ao fim do disco.

Se por um lado muito crédito deve ser dado a todos os envolvidos, o que torna este projeto excepcional são as próprias canções. Ninguém a não ser Rich Mullins poderia colocar pensamentos tão honestos e reveladores (veja a letra de Hard to Get) e ainda ser tão completamente abarcado. Ninguém exceto Rich Mullins ousaria colocar a palavra "ass" (asno, termo que também significa "nádeg-2', em inglês) em uma canção e esperar que a mesma fosse ao ar em uma rádio cristã. Ninguém a não ser Rich Mullins poderia fazer um disco tão radical sobre Jesus que nos obriga a repensar nossas concepções do que — e de quem — trata esta fé cristã. Através deste último conjunto de canções, Mullins continua a assombrar seus ouvintes com uma verdade aparentemente dura demais de se ouvir e bonita demais para se ignorar The Jesus Demos e The Jesus Record começam e terminam no lugar onde deveriam: apontando a todos nós para que fixemos nosso tempo e energia na pessoa de Cristo.


Fonte: CCM Brasil Magazine, págs. 49,50, e.1 a.1998.