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quarta-feira, 16 de dezembro de 1992

Copacabana olha pra cima

Os cem anos de Copacabana estão mexendo com os evangélicos cariocas. Cerca de sessenta igrejas evangélicas da Zona Sul, com apoio dos evangélicos fluminenses e da comunidade do bairro, comemorarão no dia 12 de dezembro o centenário de Copacabana, sob a coordenação da Associação Evangélica Brasileira.

O Secretário Estadual da Associação, Reverendo Guilhemino Cunha, ex-integrante da Comissão de Estudos Constituicionais da Presidência da República, durante o governo Sarney, é o organizador do evento.

Com o nome de "Copacabana, olha prá cima!", a comemoração evangélica contará com cantores e conjuntos de música gospel, no estilo jovem, corrida rústica e vôlei de praia, com os Atletas de Cristo, carreata na orla da praia e uma concentração à tarde, na qual falarão pessoas que experimentaram a marginalidade e foram regeneradas pela fé em Jesus Cristo. Para encerrar, o Pastor Rudi Augusto Krüger convidará a população de Copacabana a uma tomada deposição frente à Bíblia e a pessoa de Jesus.


Fonte: Jornal El Shadai, nº4, pág 12, Dezembro 1992.

quinta-feira, 1 de outubro de 1992

The Day After

por Guilhermino Cunha Advogado, Teólogo

O povo brasileiro deu uma demonstração de democracia para todo o mundo. Na verdade o "impeachment" do Presidente Collor foi decidido nas ruas e votado na Câmara dos Deputados. Naquele histórico dia, uma jovem estudante emocionada falando sobre o Vice-Presidente Itamar Franco declarou: "Se ele não andar direito, nós o tiraremos de lá também". Isto é democracia quase direta.

De fato, "o Poder pertence ao povo e em seu nome, e por delegação explícita dele, é exercido". Quando o povo elege os sem representantes delega-lhes, apenas, o exercício temporário do Poder, mas continua sendo titular inquestionável do Poder. Isto ficou duro neste episódio de votação, não do "impeachment", pois o que a Câmara votou foi a autorização para que Senado inicie o processo de impedimento do Presidente Collor.

Quem julga é o Senado no caso de crime de responsabilidade. O Presidente, iniciado o processo, é afastado do Poder por 180 dias ou até concluir o processo. Ele terá amplo direito de defesa e o direito inalienável de renunciar, a renúncia evita-se a inelegibilidade por 8 anos, mas deixa muitas dúvidas por responder sobre sua idoneidade moral. Nesta altura, não vemos saída honrosa.

No dia seguinte ao "impeachment", o Brasil amanheceu de cara nova e de alma lavada, não houve lugar para o Sinistro "day after" do filme-catástrofe norte-americano. Na verdade, o dia seguinte significou um novo amanhecer da esperança no coração do sofrido povo brasileiro. É preciso lembrar quem era o alvo, o sujeito, o agente da CPI. Há muito mais gente envolvida e em especial o personagem trágico destas investigações: Paulo César Farias. Defendemos o direito do povo brasileiro de acompanhar ao vivo e a cores não somente a sessão do Supremo Tribunal Federal ou da Câmara dos Deputados, mas também o julgamento exemplar de todos os envolvidos nas CPIs em curso, isto em nome da justiça, do direito, da moral e da ética na política, na vida econômica e social deste País.

As figuras do bode expiatório e do bode emissário são bíblicas, entretanto, corremos o risco de fazer do Presidente Collor um bode expiatório em toda esta situação, principalmente, se deixarmos por apurar as demais corrupções e punir os corruptos.

Se você ler o Levítico 16:7 a 10 perceberá que o bode expiatório era morto por causa do pecado dos outros e que o bode emissário era apresentado vivo perante o Eterno e depois enviado ao deserto, sem retorno, levando as iniquidades, transgressões e pecados dos filhos de Israel. Ora, bem sabemos que sacrifícios e sangue de touros e cabritos não podem lavar a mancha desta nação brasileira, mas sim o sangue do Cordeiro de Deus, Jesus, que morreu por todos, mas que salva e perdoa, apenas, aos que Dele creem.

Vamos continuar acompanhando atentamente a formação e a performance do Governo Itamar Franco. Pedimos a Deus que o ilumine e que lhe dê sabedoria do alto para governar o Brasil. Assim, o "day after" será de esperança e de paz para todos os brasileiros.


Fonte: Jornal El Shadai, nº 1, Outubro de 1992, página 2.