Os cem anos de Copacabana estão mexendo com os evangélicos cariocas.
Cerca de sessenta igrejas evangélicas da Zona Sul, com apoio dos evangélicos
fluminenses e da comunidade do bairro, comemorarão no dia 12 de dezembro o centenário de Copacabana,
sob a coordenação da Associação Evangélica Brasileira.
O Secretário Estadual da Associação, Reverendo Guilhemino Cunha,
ex-integrante da Comissão de Estudos Constituicionais da Presidência da República,
durante o governo Sarney, é o organizador do evento.
Com o nome de "Copacabana, olha prá cima!", a comemoração evangélica contará com cantores e conjuntos de música gospel,
no estilo jovem, corrida rústica e vôlei de praia, com os Atletas de Cristo,
carreata na orla da praia e uma concentração à tarde, na qual falarão pessoas que experimentaram
a marginalidade e foram regeneradas pela fé em Jesus Cristo.
Para encerrar, o Pastor Rudi Augusto Krüger convidará a população de Copacabana
a uma tomada deposição frente à Bíblia e a pessoa de Jesus.
Fonte: Jornal El Shadai, nº4, pág 12, Dezembro 1992.
O povo brasileiro deu uma demonstração de democracia para todo o mundo. Na verdade o "impeachment"
do Presidente Collor foi decidido nas ruas e votado na Câmara dos Deputados. Naquele histórico dia,
uma jovem estudante emocionada falando sobre o Vice-Presidente Itamar Franco declarou: "Se ele não
andar direito, nós o tiraremos de lá também". Isto é democracia quase direta.
De fato, "o Poder pertence ao povo e em seu nome, e por delegação explícita dele, é exercido". Quando
o povo elege os sem representantes delega-lhes, apenas, o exercício temporário do Poder, mas continua
sendo titular inquestionável do Poder. Isto ficou duro neste episódio de votação, não do "impeachment",
pois o que a Câmara votou foi a autorização para que Senado inicie o processo de impedimento do Presidente
Collor.
Quem julga é o Senado no caso de crime de responsabilidade. O Presidente, iniciado o processo, é afastado
do Poder por 180 dias ou até concluir o processo. Ele terá amplo direito de defesa e o direito inalienável
de renunciar, a renúncia evita-se a inelegibilidade por 8 anos, mas deixa muitas dúvidas por responder sobre
sua idoneidade moral. Nesta altura, não vemos saída honrosa.
No dia seguinte ao "impeachment", o Brasil amanheceu de cara nova e de alma lavada, não houve lugar para o
Sinistro "day after" do filme-catástrofe norte-americano. Na verdade, o dia seguinte significou um novo
amanhecer da esperança no coração do sofrido povo brasileiro. É preciso lembrar quem era o alvo, o sujeito,
o agente da CPI. Há muito mais gente envolvida e em especial o personagem trágico destas investigações: Paulo
César Farias. Defendemos o direito do povo brasileiro de acompanhar ao vivo e a cores não somente a sessão do
Supremo Tribunal Federal ou da Câmara dos Deputados, mas também o julgamento exemplar de todos os envolvidos
nas CPIs em curso, isto em nome da justiça, do direito, da moral e da ética na política, na vida econômica e
social deste País.
As figuras do bode expiatório e do bode emissário são bíblicas, entretanto, corremos o risco de fazer do
Presidente Collor um bode expiatório em toda esta situação, principalmente, se deixarmos por apurar as demais
corrupções e punir os corruptos.
Se você ler o Levítico 16:7 a 10 perceberá que o bode expiatório era morto por causa do pecado dos outros e
que o bode emissário era apresentado vivo perante o Eterno e depois enviado ao deserto, sem retorno, levando
as iniquidades, transgressões e pecados dos filhos de Israel. Ora, bem sabemos que sacrifícios e sangue de touros
e cabritos não podem lavar a mancha desta nação brasileira, mas sim o sangue do Cordeiro de Deus, Jesus, que
morreu por todos, mas que salva e perdoa, apenas, aos que Dele creem.
Vamos continuar acompanhando atentamente a formação e a performance do Governo Itamar Franco. Pedimos a Deus que
o ilumine e que lhe dê sabedoria do alto para governar o Brasil. Assim, o "day after" será de esperança e de paz
para todos os brasileiros.
Fonte: Jornal El Shadai, nº 1, Outubro de 1992, página 2.