
Meu nome é Rudi Augusto Kruger. Eu nasci no município de Ijuí, no Rio Grande do Sul. Sou casado com Wilma há 21 anos e temos três filhos".
A origem do pastor Rudi é alemã, tanto do lado do seu pai como de sua mãe, sendo que seu pai nasceu na Ucrânia. O pastor viveu em Ijuí até os 19 anos. Sua infância e adolescência foram um pouco tristes, pois ele pertencia a uma igreja bastante tradicional e séria, onde a alegria de louvar não era bem interpretada. A educação que lhe foi passada era de que quanto mais sério, mais respeitado e isto marcou o pastor de uma forma muito grande.
O chamado para o ministério aconteceu através do pastor Davi Gomes que foi à sua cidade, lançando um apelo para quem quisesse seguir o trabalho de missões e isto tocou muito o coração daquele jovem. Rudi Kruger lembra entretanto, que nesta época ele passou por uma espécie de crise existencial, pois os seus professores do ginásio se dividiam tentando influenciá-lo a fazer medicina ou geologia, que era uma carreira que estava em ascensão no Brasil. "Eu estava numa dúvida muito grande e pedi a Deus que confirmasse o meu chamado e numa noite eu estava cantando uma música sozinho no meu quarto que dizia "milhares de perdidos choravam, mas não era tarde demais". Esta visão do final dos tempos se tomou muito vívida e eu não tive mais dúvida na minha vida", lembra ele.
Segundo o pastor, não houve nenhuma espécie de barreira por parte da família devido ao fato dele ter aceitado o chamado e querido ser um obreiro na causa do Senhor. Ao contrário, para o seu pai servir a Deus sempre foi a coisa mais importante na vida. Desta forma, o pastor veio para o Rio, onde começou os estudos no Seminário Teológico do Sul do Brasil, logo após ter terminado o científico. Ele lembra que esta foi uma fase um pouco complicadano seminário, pois havia naquela época a invasão da teologia moderna. De acordo com Rudi, ele estava no meio do grupo que queria saber mais, queria respostas. Após um ano e meio, surgiu a oportunidade de ir para os Estados Unidos onde fez os cursos de bacharel e mestrado em Filosofia. Durante este período, o pastor foi ordenado ao Ministério por uma igreja batista no interior do Estados Unidos. O pastor conta que a oportunidade de ir para o exterior surgiu através de um missionário que o convidou e se ofereceu para ajudá-lo nas primeiras semanas. Assim, Rudi foi, com 50 dólares no bolso e a passagem aérea resultado da venda do carro de seu pai. Após cinco anos naquele país, o pastor conheceu Wilma que hoje é sua esposa e ajudadora. Ela estava em férias e através de um amigo brasileiro, Rudi teve a oportunidade de conhecer aquela que Deus havia separado para ele. Seis meses depois, eles estavam se casando no Brasil, indo em seguida para a Alemanha.
O convite para pastorear uma igreja na Alemanha tinha sido feito antes do casamento. Desta forma, logo nos primeiros meses de união, o jovem casal partiu para aquele país. Ele lembra entretanto, que logo no aeroporto surgiu uma grande decepção, que mais tarde eles viram que não passou de um susto. Como houve uma grande demora para a liberação do visto, quando eles finalmente chegaram na Alemanha foram informados de que a vaga já estava preenchida e que não havia mais igreja a ser pastoreada. Apesar do susto, no dia seguinte Deus já havia providenciado uma nova igreja onde eles começaram a obra junto a jovens viciados. "Foi uma experiência muito rica, pois a juventude alemã sofre demais. Nós estávamos em Berlim, o centro deste problema. Uma cidade dividida", revela o pastor. Após cerca de dois anos, o pastor Rudi Kruger cuidava de uma congregação de cerca de 15.000 pessoas. O ministro conta que as necessidades daquele povo eram tantas que ele começou a se sentir impotente e sem fé para ajudá-los. Em meio a esta fase de crise interior, Deus operou urna grande renovação no seu interior, restaurando o sentido do ministério e a alegria em fazer o trabalho.
Hoje, de volta ao Brasil, Rudi pertence aos Ministérios de União e Reconciliação, a frente da Igreja da União em Copacabana. A fundação deste trabalho surgiu após muitas conversas com o bispo Roberto Macalister, que o incentivou muito. "O meu desejo nunca foi criar uma igreja, denominação ou ministério. Para mim foi muito difícil aceitar esta ordem de Deus. Só após muita oração e muitas conversas amistosas com o bispo Roberto é que eu tomei esta decisão", conta ele. A razão destes Ministérios está fundamentada numa visão da busca do contato com todo o tipo de pessoa e que começa com a comunidade judaica, objetivando resgatar a Igreja Primitiva e promover a união e reconciliação entre gentios e judeus. De acordo com o pastor, os propósitos dos Ministérios estão fundamentados no Novo Testamento, promovendo a imião do homem com Deus, do homem com o seu próximo e do homem com o meio ambiente.
Durante todo o seu ministério, o pastor sempre gostou de separar bem o conceito de religiosidade e espiritualidade. "Eu não gosto de ser chamado de uma pessoa religiosa. Porque a própria palavra religião significa o homem se esforçando para se religar a Deus, quando na verdade só Deus pode nos atrair até ele através de Jesus Cristo", revela pastor Rudi. Para ele, ser pastor não é atar a frente de uma igreja, mas sim conhecer e ter empatia pelas necessidades de outra pessoa e ao mesmo tempo procurar ver o que Deus faria, que tipo de ajuda esta pessoa poderia receber.
E Rudi Kruger tem conseguido realizar este propósito, juntamente com sua esposa e seus filhos Anya, Davi e Elias, levando sempre o sustentáculo de que "ele só precisa de Deus e daquilo que ele dá."
PERFIL
- COR PREFERIDA: Azul
- PRATO PREFERIDO: Churrasco
- TIME DE FUTEBOL: Vasco da Gama
- LIVRO: A Bília
- PERSONALIDADE VIVA: Jesus Cristo
- LEMBRANÇA ANTIGA: Deitado na minha casa próxima ao muro de Berlin, ouvindo os cachorros latindo e imaginando quem foi morto hoje ao tentar fugir do sistema do outro lado.
- SAUDADE: De uma igreja viva que realmente se ama.
- LUGAR: Copacabana
- SONHO: Ver Jesus Cristo cada vez mais amado e respeitado, conhecido não como um introdutor de uma religião e de regras, mas como aquele que veio para salvar a humanidade.
- MENSAGEM: A mensagem é uma só: Eu creio e todos podem crer que Jesus Cristo é a solução. Ele é o início, o meio e o final.