sexta-feira, 6 de janeiro de 1995

A frutificação da Banda Cem Por Um

Com uma nova formação e preparando novo disco a Banda CEM POR UM cultiva a semente da palavra de Deus, que faz brotar em nossos canções. Levou um grande papo com a equipe do ZINE GOSPEL. Confiram.

Banda Cem por Um
Cem por Um na Praça Apoteose-Rio

ZINE GOSPEL - Como está o Conjunto Cem por Um?

CEM POR UM - Estamos indo muita bem, preparando o novo disco que vai sair em CD e com uma nova formação desde início de Dezembro.

ZINE GOSPEL - qual a nova formação da Banda?

CEM POR UM - Elmer, Martha, Ana Feitosa (vocal), Edson Feitosa (guitarra e vocal), Gilberto Ribeiro (baixo), Gilberto Vieria (teclado), Welligton Gusmão (bateria).

ZINE GOSPEL - vocês continuam com a linha de música de adoração ou mudou alguma coisa?

CEM POR UM - Nos estamos bastante diversificados no repertório, têm balada, reggae, e música de Adoração também.

ZINE GOSPEL- Qual o disco que vocês estão trabalhando no momento?

CEM POR UM - O disco está sem nome, mas já estamos com a repertório fechado e nos preparativos finais para o lançamento.

ZINE GOSPEL O que vocês esperam desse novo disco?

CEM POR UM - Que arrebente (risos) que consiga, como primeiro disco atingir o público a nível de Brasil. Mas principalmente levar as pessoas a conhecer a Jesus Cristo.

ZINE GOSPEL - Quais as principais apresentações da Banda?

CEM POR UM - Gospel Power Festival 93/94 na Praça da Apoteose-Rio, Maracãnazinho 93 no congresso da AEBV Rio, Louvorzão - Natal, comunhão-Recife

ZINE GOSPEL - Qual a gravadora de vocês e como fazer contato para apresentações e adquirir o disco da Banda?

CEM POR UM - Nós gravamos independente, mas se alguma Gravadora se interessar pelo nosso projeto nos estamos abertos. Para apresentações e Disco pelo tel.: (021) 521-9526 ou 9897130 Edson. Você pode escrever ou se corresponder com a gente: CEM POR UM Caixa Postal: 15616 CEP-20132-970 Rio de Janeiro-RJ.

ZINE GOSPEL - Cem por Um e Jesus, como é?

CEM POR UM - Nós éramos uma família que cantavamos junto e temos um relacionamento muito aberto, as pessoas que entraram na Banda acrescenta ramo nosso relacionamento com Deus de dedicar um perfeito louvor ao nosso Pai.

ZINE GOSPEL - a Igreja que vocês frequentam, uma mensagem e considerações finais?

CEM POR UM - Nós somos da Comunidade da Zona Sul - Rio. As pessoas devem deixar a palavra de Deus frutificar no coração a Cem por Um totalmente. Agradecemos ao pessoal de Zine Gospel pela oportunidade, nos colocando a disposição. Pedimos sua oração porque nesse ministério é muito difícil e visado por Satanás, nos temos que dar testemunho porque no meio musical evangélico há comentários vazios que não edificam. Queremos mandar um abraço para o pastor Marcos Antônio que têm nos incentivado, orando, ministrando nossas vidas, têm sido uma Paizão para gente, porque acreditamos que não existe ministério musical independente sem uma cobertura espiritual.


Fonte: Informativo Zine Gospel, ano 1, nº3, pág 6, JAN/FEV 1995.

domingo, 29 de maio de 1994

Gospel Campeão

Sounds of Blackness canta tema da Copa

Carlos Albuquerque

Sound of Blackness
O grupo de 30 vozes dá uma roupagem moderna ao gospel no disco "Africa to America: the journey of the drum", inédito aqui

Foi uma verdadeira jogada de craque dos organizadores da Copa: juntar o time de ouro do gospel com um carregador de piano da música pop. O Sounds of Blackness e Daryl Hall (do Hall & Oates) fazem as honras da casa e recebem o mundo da bola com "Gloryland", música-tema da maratona futebolística que começa no próximo dia 17 de junho com o jogo Alemanha X Bolívia, em Chicago, terra do blues.

"Gloryland" está no disco especial da Copa, breve nas lojas, com participações de Bon Jovi, Santana, James, Kool & The Gang, Gary Glitter e Queen, entre outros. Mas o camisa 10 desse time é mesmo o Sounds of Blackness, o maior grupo vocal dos Estados Unidos (são 30 vozes, geralmente acompa-nhadas por uma orquestra com dez integrantes) e, possivelmente, o melhor grupo vocal de um país onde a concorrência é grande e afinadíssima.

Formado em 1971 por Gary Hines — atualmente, seu diretor musical — com o nome Macalester College Black Choir, o grupo atravessou décadas aprimorando seu canto privilegiado e passando adiante história e cultura dos negros americanos.

Como o meio é a mensagem, essa jóia só pôde ser apreciado quando o SOB assinou com a Perspective Records (distribuída pela PolyGram) e se juntou aos produtores Jimmy Jam e Terry Lewis, que deram uma roupagem moderna à sua música. Seu terceiro disco, "Africa to America: the journey of the drum", recém-lançado lá fora, bate um boião ao misturar rap, rhythm and blues e jazz.

Daryl Hall tabela com 30 jogadores

Luiz Henrique Romanholli

Reproducao
Hall: tabelinha com o Sounds

LONDRES — Daryl Hall entende tanto de futebol quanto o Lazaroni. Mas coube ao soulman louro da Filadélfia tabelar em "Gloryland" com o Sounds of Blackness. No lobby de um hotel em South Kensington, ele conta como foi convocado para a Copa:

— A música foi escrita quando me pediram para cantá-la. Eu sou dono de um estúdio na Inglaterra e outro em Nova York, onde "Gloryland" foi gravada. Como a música é bastante influenciada pelo gospel, e eu canto soul, um ritmo bastante próximo do gospel, me convidaram para cantá-la.

Uniram o útil ao agradável. A infância de Hall na Filadélfia — um dos celeiros soul dos EUA — foi decisiva para o estilo do cantor, pois não?

— Claro. Foi onde eu cresci. Era possível ouvir boa música nas esquinas. Depois, eu me mudei para Nova York.

Outro lugarzinho danado de bom para quem gosta de soul. O fim da parceria com Oates trouxe mais liberdade. Mas seria a imagem da dupla e hits pregressos como "The maneater" e "Say it isn't so" um estigma na sua carreira solo?

— Nós nos separamos porque fazíamos tudo em conjunto desde a adolescência. Eu não me sinto confortável com situações confortáveis. Eu gosto de desafios. Acho normal que comparem, afinal, foram 21 álbuns juntos.

E a Copa, Daryl?

— Não acompanho esporte. Cheguei a jogar futebol na época da escola, algo incomum nos Estados Unidos. Mas serei neutro. Espero que o melhor time ganhe. Estou interessado na Copa. Nunca vi algo assim.

Luiz Henrique Romanholli viajou à Inglaterra a convite da gravadora PolyGram


Fonte: Jornal O Globo, nº 22.103, Segundo Caderno, pág 8 e 9, 29 de Maio 1994.

domingo, 14 de novembro de 1993

Para teólogo, evangélicos têm visão 'triunfalista'

Continuação da Matéria: A igreja que é um parque de diversões

Na opinião de Dom Estevão Bittencourt, teólogo do Mosteiro de São Bento, as estatísticas apresentadas pelos evangélicos não são confiáveis e, por isso, ele não acredita que os jovens estejam aderindo em massa a outras religiões. Ele afirma que os grupos crentes costumam apresentar números tendenciosos e exagerados, numa linha "triunfalista".

- Primeiro, é preciso provar que os jovens estão aderindo em massa às igrejas evangélicas. Mas não acredito nisso, porque conheço as estatísticas deles. E acho que não é muito diferente o número de jovens que freqüenta a igreja católica do que vai às evangélicas.

Já na opinião do vice-reitor para assuntos acadêmicos da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC), o padre jesuíta Jesus Hortal, de 66 anos, faltou dinamismo à igreja católica para se adaptar aos tempos atuais. Ele acredita que, hoje, cerca de 20% dos católicos praticantes sejam de pessoas de até 25 anos, e se mostra preocupado com a adesão dos jovens às igrejas evangélicas:

- Essas igrejas oferecem um ambiente alegre, mas totalmente descompromissado em relação aos grandes problemas do país. Em conseqüência, levam a juventude à alienação.

Até a ditadura militar, a igreja tinha movimentos populares, como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Juventude Operária Católica (JOC). A repressão, porém, levou os militantes a optarem por um caminho político-partidário, incompatível com a instituição.

- O engajamento é compreensível, porque faz parte da consciência social do cristão. Mas quando levou a uma opção partidária, a igreja não pôde acompanhar. A partir daí, os movimentos de ação católicos começaram a se desmantelar - observa padre Hortal.

Durante o período de repressão, a igreja ainda tentou manter vínculos com a juventude, criando movimentos como o Treinamento de Lideranças Cristãs. Segundo padre Hortal, o impacto inicial foi forte, mas faltou continuidade para o projeto dar certo. Hoje, existem apenas as pastorais da juventude, que trabalham ligadas às paróquias. O jesuíta afirma que toda igreja tem seu grupo jovem e cita como exemplo a paróquia de Nossa Senhora da Conceição, no Leblon, cujo grupo de oração reúne cerca de 200 adolescentes.

- Para a igreja católica, um ponto fundamental é o engajamento. A igreja tem que ajudar os fiéis a assumir essa responsabilidade, porque não se pode colocar o cristão como um ser fora do mundo. Infelizmente a juventude atual é muito descompromissada e não se preocupa com o que está acontecendo a seu redor - afirma o padre.

Pastor: crentes não temem a modernidade

O presidente da Associação Evangélica Brasileira (AEB), pastor Caio Fábio d'Araujo Filho, de 38 anos, afirma que as igrejas evangélicas são jovens: segundo ele, entre 60 e 65% dos 35 milhões de evangélicos do país têm, no máximo, 25 anos. Um fenônemo do Amapá a Porto Alegre e que, na opinião do pastor, tem três razões básicas: o desafio imposto pela fé evangélica, o estilo dos cultos e a atualização do que deve ser considerado sagrado.

- A fé evangélica desafia o jovem a crer num Deus que está presente e participante. Os cultos são alegres, animados por ritmos e letras atuais. Além disso, para os evangélicos, tudo que é sagrado pode ser atualizado através dos instrumentos de modernidade, como música, computadores, videogames, enfim, os recursos da multimídia - observa.

Em contrapartida, Caio Fábio lembra que a igreja católica resistiu e resiste ao diálogo com seu próprio tempo, não conseguindo perceber as mudanças que acontecem no mundo. Além disso, segundo o pastor, quando estabeleceu uma mudança, a igreja católica radicalizou, fazendo uma opção político-marxista, a chamada Teologia da Libertação. Mas para o presidente da AEB, essa não é a única causa do distanciamento entre os jovens e o catolicismo.

- Quando a igreja católica mudou, passou a achar que o homem era um agrande estômago, sem alma. Mas não é só isso: os ritos católicos ficaram associados, na cultura brasileira, a tudo de mais tedioso, chato e desagradável que se pode fazer - diz.

Para o pastor, a explosão evangélica é irreversível, porque os crentes não têm medo da modernidade. Os conceitos de pecado se limitam aos bíblicos, tornando o visual dos evangélicos cada vez mais próximo dos jovens de outras religiões. As concessões a todos os meios em busca de um objetivo só apresentam uma restrição: os evangélicos não aceitam o sincretismo com os cultos afro-brasileiros. Ou seja, não adianta esperar uma timbalada de Cristo.

- O visual dos evangélicos avançou rapidamente nos últimos dez anos. Por isso, o esteriótipo do crente, de bíblia sob o braço, terno e gravata, não tem mais nada a ver com a realidade - afirma Caio Fábio.


Fonte: Jornal O Globo, pág 26, domingo, 14 de novembro de 1993

A igreja que é um parque de diversões

Com grupos de rock e até videogames, os pastores evangélicos conquistam mais fiéis entre os jovens.

grupo yehoshua
Grupo Yehoshua

"Ô, ô, sangue bom é o Senhor".

Senhor? Ele mesmo: usando o nome de Jesus Cristo como bandeira, as igrejas evangélicas formaram, nos últimos anos, uma legião urbana de mais de 20 milhões de jovens, ou seja, quase 15% da população do Brasil - de acordo com os cálculos da Associação Evangélica Brasileira (AEB). Multimídia é a Bíblia dessa garotada, que usa programas de computador recheados de versículos, disputa a batalha de Jericó em videogame, e escuta grupos de rock, lambada, samba-reggae ou funk evangélicos - como provam os versos da banda Yehoshua (Jesus em hebraico), a do "sangue bom". O santo nome do Senhor chegou até o underground. Carecas, skinheads, punks e outras tribos estão se preparando para fundar a primeira igreja evangélica ligada ao mundo da contestação.

skinhead gospel

A imagem do "crente careta", de bíblia debaixo do braço, saia comprida, terno e gravata é coisa do passado. Os jovens cristãos vão ao cinema - e não fecham os olhos nas cenas mais ardentes - usam short e minissaia e até freqüentam barzinhos, arriscando um copo ou outro de cerveja. Também namoram e muito, mas, aí, começam as diferenças. As moiçoilas não evangélicas podem começar a correr atrás: os rapazes são fiéis. De verdade. A tal ponto que muitos se casam virgens. Mas romper a barreira da religião nem sempre é fácil.

- Namorei uma menina não evangélica e ela tinha ciúmes de Jesus. É lógico que não deu certo e terminamos muito mal - lembra Daniel Contreras Gutierrez, de 15 anos, da Igreja Presbiteriana Bethânia.

moda gospel
Moda gospel nas lojas

A juventude não se limita aos bancos dos templos. O pop não poupa ninguém - como pregava um antigo sucesso dos Engenheiros do Hawaii -, e cria até a figura do pastor pop: Marco Antônio Rodrigues Peixoto, de 39 anos, da Comunidade da Zona Sul, no flamengo, trouxe ao Brasil a banda de rock Whitecross e virou ídolo entre a juventude evangélica.

E se a turma até os 25 anos já foi conquistada, as igrejas evangélicas começam a preparar o crente do futuro. Em dezembro estréia o primeiro programa de televisão destinado ao público infantil. Semanal, com uma hora de duração, terá desenhos animados - com histórias bíblicas, é lógico - brincadeiras e até uma apresentadora. Beijinho, beijinho, aleluia, aleluia.

djalma mesquita e Benilton Maia
VM Show apresentado por Benilton Maia (dir) e Djalma Mesquita
Fonte: Jornal O Globo, pág 26, domingo, 14 de novembro de 1993.

sexta-feira, 5 de novembro de 1993

O grupo americano Whitecross se apresenta em festival de ´gospel` no Sambódromo

Te esconjuro, Madonna. Um exército formado por 16 bandas evangélicas vai empunhar bíblias e guitarras na Praça da Apoteose nesta sexta e sábado (dia do show da blondie). E promete lotar o Sambódromo dois dias seguidos durante o Gospel Power Festival. Quem lidera o batalhão é o grupo americano de heaven metal Whitecross, bando cabeludo adorado pela tchurma evangélica, que se apresenta no Brasil pela primeira vez.

Além do destaque internacional, o festival vai colocar na dança a nata do gospel brasileiro. E já elegeu até sua Madonna: a louríssima Marina de Oliveira. Entre as atrações confirmadas, estão as bandas Rebanhão (o mais famoso grupo evangélico brasileiro, conhecido por seus hinos bem-humorados), a hard-rock Oficina G3, a paulista Resgate, a funkeira Kadoshi, o Novo Som _ que lançou o estranho ritmo gospel-charm e que se firma como a atual febre da rapaziada cristã _ e a banda Katsbarnéa, que está no terceiro disco bem sucedido. O ingresso, como convém a um concerto evangelicamente correto, é um quilo de alimento não perecível.

Gospel Power Festival - Praça da Apoteose, Centro. 6ª, às 19h, e sáb., às 17h. O ingresso é um quilo de alimento não perecível.



Fonte: Jornal do Brasil,  05/11/1993.


segunda-feira, 1 de novembro de 1993

Ajuste fiscal prevê quebra de sigilo bancário

A proposta de reforma fiscal que o Governo encaminhou ao Congresso Nacional irá alterar 25 dispositivos da Constituição, inclusive permitindo que o Ministro da Fazenda, Gustavo Krause, quebre o sigilo bancário de pessoas físicas e empresas suspeitas de sonegação. A proposta determina ainda a extinção de cinco impostos e a criação de quatro novos tributos, que vão auxiliar a União a obter em 1993 ganho adicional de 15 bilhões de dólares.

O Governo propõe a criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira, do Imposto sobre Ativos, do Imposto Seletivo e da Contribuição sobre o Valor Agregado. Quer ainda a eliminação do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), do Fin-social, do PIS/Pasep, da Contribuição sobre o Lucro e do Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis.

Fonte: Jornal El Shadai, nº3, pág 7, Novembro 1992.

segunda-feira, 25 de outubro de 1993

Gospel Power Festival

Assinado: entre a Riotur e o pastor Marco Antônio Ribeiro, o contrato para a realização do Gospel Power Festival, que pretende levar para a Praça da Apoteose, nos dias 5 e 6 de novembro, uma platéia de mais de 200 mil pessoas, quando o local não comporta nem 10% dessa lotação. Oferecendo o grupo de gospel White Cross como trunfo, a comunidade evangélica quer arrebanhar as ovelhas desgarradas do Maracanã, onde a loura mais erótica do planeta faz show no dia 6. Madonna que se cuide.


Fonte: Jornal do Brasil, pág. 12, 25/10/1993.