quinta-feira, 15 de outubro de 1992

O Brasil sem Ulysses Guimarães

Mediante os últimos acontecimentos no Brasil, tudo era esperado, tudo era possível, menos a morte do Deputado Federal Ulysses Guimarães. Presidente interino 19 vezes, o Doutor Ulysses, apesar da idade 76 anos tinha como característica a lucidez. Vítima de uma tragédia que o levou para o fundo do mar, a ausência do Doutor "Diretas" deixa um vácuo na política brasileira.

Para o Deputado Federal, Arolde de Oliveira, do P.F.L., a perda de Ulysses Guimarães representa a ausência de um dos mais notáveis políticos do Brasil. Ele menciona que Ulysses sempre foi considerado como uma referência no sentido de ter sido o maior arauto das liberdades democráticas.

O Deputado Arolde lembra ainda que Ulysses foi responsável pela campanha Diretas e que sempre esteve à frente dos mais importantes momentos da política brasileira, como a campanha a favor do parlamentarismo e do impeachment de Fernando Collor de Mello. Segundo Arolde, a comoção pela morte de Ulysses Guimarães é nacional, principalmente pela certeza de que o Brasil perdeu um grande estadista.

O que eles estão achando - Ulysses, quem foi ele?

SILAS MALAFAIA

Pr. da Assembleia de Deus da Penha e Prof. de Teologia

Ulysses Guimarães foi um grande Parlamentar, exemplo de honestidade é caráter. Que os nossos políticos possam se espelhar e copiar o seu grande exemplo de dignidade. Assim, estarão colaborando para o engrandecimento da nossa Nação.

EBENEZER S. FERREIRA

Ebenezer Soares Ferreira - Pastor e Reitor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil

Ulysses foi um Parlamentar exemplar e que sempre lutou para que tivéssemos plena democracia. Provou ser um homem íntegro em quem a Nação Brasileira depositava grandes esperanças. Homem de imensa cultura e amor a Pátria, a ser chamado Senhor Democracia.

SÓCRATES O. DE SOUZA

Pr. da PIB do Caramujo -Niterói. Engenheiro Químico e Professor Universitário.

O Brasil perdeu um grande Líder, que esteve envolvido em todas as lutas democráticas nos últimos anos. O mais importante é que os continuadores políticos dos ideais de Ulysses devem prosseguir com a mesma garra, transparência e honestidade que sempre o caracterizou.


Fonte: Jornal El Shadai, nº2, pág 4, Outubro 92.


Nick Cruz - Filho de Satanás salvo por Jesus Cristo

O que você diria de uma pessoa que teve, como pai, um padre satânico e, como mãe, uma feiticeira? O que diria ainda dessa pessoa que aos oito anos de idade foi rejeitada, porque segundo os pais, era filho de Satanás. É de pirar, não é?

Essa foi a infância de Nick Cruz, sem amor e carinho, transtornado e abandonado, ele tornou-se líder de uma das maiores e mais violentas gangues de rua de Nova Iorque, Estados Unidos.

Envolvido com crimes, assaltos e drogas, Nick Cruz chegou a pensar que não teria mais retorno. Entretanto, a esperança pelo direito de uma vida digna veio após seu encontro com David Wilkerson que lhe devolveu a luz, a serenidade, através de uma única frase: "Nick, Jesus te ama".

A partir deste momento, a vida tortuosa deste homem começou a mudar. Ele ainda podia ser salvo. Ele precisava ser salvo. Ele queria ser salvo... e foi. Ao entregar-se a fé do Senhor, ao receber Cristo, Nick sentiu-se renascer. Os maus tratos da infância haveriam de ser esquecidos e Deus iria ajudá-lo. Nick já não estava mais sozinho.

Com a esperança no peito e com Cristo no coração, Nick deu início a uma nova cruzada: revelar que é possível encontrar o caminho da luz através da fé no Senhor.

Esta é uma história verídica, inclusive relatada pelo próprio Nick quando recentemente veio ao Brasil para uma série de conferências evangélicas.

Apesar de participar de inúmeras palestras e conferências em vários países, Nick Cruz prefere proclamar a palavra de Deus nas ruas, pois, como ele próprio afirma, "é lá que existem as drogas, as ganga e a violência".

Autor de 12 livros, onde aborda diversos assuntos ligados ao Evangelho, Nick tem conhecimento do abandono e morte das crianças de rua no Brasil, assim como dos problemas das drogas, cada vez mais utilizadas pelos jovens. Mas Nick é um homem de esperanças. Ele tem fé e crê que, através de Cristo, essas pessoas possam ser transformadas como ele foi.


Fonte: Jornal El Shadai, nº1, pág 12, Outubro 92.

Testemunho

O caso que vou relatar trata-se de um fato ocorrido já há algum tempo. Quero contá-lo para que os irmãos sintam-se em júbilo comigo através da constatação da verdadeira fé e do poder indiscutível do Espirito Santo.

Lembro-me que eu e minha irmã apesar de não termos sido geradas pelo mesmo pai, éramos muito unidas, principalmente porque fomos abandonadas pela nossa mãe na casa da nossa avó. O pai de Maria Célia que era muito violento não se conformou e raptou minha irmã.

O tempo passou, não havia qualquer notícia da Maria Célia, só a suspeita de que ela teria sido levada para Recife, mas era apenas uma hipótese. Apesar dos anos, sempre conservei a esperança de encontrá-la. Orava intensamente pedindo pra que minha irmã estivesse bem e que um dia Deus nos unisse de novo. Cresci orando pra que isso acontecesse.

Certo dia, conversando com uma moça no ônibus, percebi que ela tinha um sotaque diferente, disse-me que era professora em Recife e que estava de férias no Rio. Senti um aperto no coração e de repente me ouvi perguntando se ela conhecia uma garota chamada Maria Célia. Celi - como essa moça se chamava - respondeu que talvez, o nome não era estranho. Arregalei os olhos, o coração disparou... contei o que havia acontecido na minha infância e Celi prometeu que assim que voltasse pra Recife iria procurar nos fichários da escola, em seguida entraria em contato.

Alguns dias depois, como prometera, Celi escreveu. A carta tremia em minhas mãos. Ela dizia que Maria Célia havia sido aluna dela no primário e que tinha ido no endereço que estava escrito na ficha, localizando minha irmã. Maria Célia vivia com uma senhora que a tratava como uma verdadeira filha. Neste momento, ajoelhei-me e aos prantos chorei de alegria e de alívio, agradecendo a Deus pela bênção obtida.

Viajei uma semana depois. Cheguei em frente a casa que Maria Célia morava. Bati. Ela apareceu. Minha irmã, minha querida irmã abraçou-me com a mesma intensidade que eu. Em seguida, oramos agradecendo a Deus pela graça alcançada. Estávamos juntas e em paz. Deus seja Louvado.

Dê também o seu testemunho à respeito do poder do Espírito Santo em sua vida. Escreva para a nossa redação e teremos o maior prazer em registrar sua benção obtida através da fé em Deus.


Fonte: Jornal El Shadai, nº1, pág 12, Outubro 92.

Controle da natalidade - a espera da hora certa

A crise financeira e a participação da mulher como auxiliar do marido em prover o sustento do lar estão levando as famílias brasileiras a, cada vez mais, se voltarem para o planejamento familiar. Os casais estão mais conscientes em relação a quantos filhos devem ter e a hora certa de tê-los. O controle da natalidade está se tornando, mais claramente, uma realidade também dentro dos lares evangélicos. O marido e a esposa param e pensam sobre quando e quantos filhos devem vir ao mundo, não esquecendo nunca que "os filhos são herança do Senhor" e para recebê-los como dádivas queridas e bem-vindas é importante que o casal, sob orientação de Deus, exerça conscientemente o planejamento familiar e saiba colocá-lo em prática na vida conjugal.

Existe, hoje em dia, uma vasta variedade de métodos anticoncepcionais. Sendo assim, há uma grande chance de se encontrar o sistema mais apropriado para cada casal. Segundo os médicos, quase todos os métodos apresentam vantagens e desvantagens, que, porém, se manifestam de maneiras diferentes de pessoa para pessoa. É importante manter o mínimo de risco possível contra a saúde daquele que pratica a contracepção. O controle de natalidade permite a ambos os conjugues planejarem de maneira responsável o número de filhos e o intervalo entre partos que favoreça a saúde da mulher. Os médicos afirmam que o melhor prazo é de dois a três anos entre dois nascimentos.

O QUE PENSAM OS PASTORES

Para o pastor César Dias de Carvalho, da Igreja Metodista Wesleyana do Grajaú, o planejamento familiar é de extrema importância porque atualmente a mulher precisa trabalhar fora para ajudar no orçamento, sendo assim, os filhos são criados em creches ou por outras pessoas. "Isto é muito mim para a criança, pois são os pais que devem dar a orientação e a educação. Principalmente a criação como cristão, porque o cristianismo começa no berço". Segundo ele, para que o casal possa ter condições de dispensar maior atenção aos filhos e poder realmente criá-los, é preciso esperar a hora certa. "Eu e minha esposa optamos por fazer um controle para quando chegar o momento apropriado, possamos criar e educar nossos filhos da melhor maneira possível e dirigidos por Deus", finaliza o pastor Cesar.

"Nós vivemos em uma época em que tudo deve ser estudado. Não se faz nada sem planejamento. A família também tem que ser planejada dentro dos princípios da ética cristã." A opinião é do pastor Orivaldo Pimentel Lopes, secretário-geral da Convenção Batista Brasileira. Para ele, a Palavra de Deus dá ao cristão sustentáculos para a realização do planejamento dentro da família de forma consciente e correta. Apesar de considerar o controle da natalidade válido e importante, o pastor Orivaldo lembra que em muitos países da Europa, onde esteve recentemente, não há crianças e o número de jovens é bastante reduzido. De acordo com ele, o controle chegou a um ponto extremamente radical. "A preocupação de todos com trabalho, como ganhar dinheiro e até quanto ao aspecto da estética tem levado muitos a abandonarem a ideia de filhos. O que é lamentável e errado perante Deus", acrescenta o pastor.

OS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

A contracepção é o conjunto de meios utilizados por mulheres e homens que desejam manter relações sexuais dentro do casamento sem que tenham filhos. Hoje, esposas e maridos têm a possibilidade de dissociar a procura do prazer numa relação conjugal, da função de procriação - as duas podendo estar ligadas quando um filho é desejado.

O esclarecimento é o primeiro passo para que um casal decida praticar o controle da natalidade. Atualmente, existem dezenas de métodos anticoncepcionais e muitos deles necessitam da orientação médica para serem utilizados.

Entre os mais usados, está a pauta, que deve ser acompanhada de uma boa orientação médica, pois muitas mulheres apresentam reações ao usá-las. Um exame permitirá determinar se há contra-indicações e qual a pílula mais indicada. Outro recurso bastante usado é a ligadura das trompas, feita através de cirurgia. Este processo é indicado para casais que já tem filhos e que não desejam outros, pois é irreversível total ou parcialmente.

O uso do preservativo, apesar de bastante difundido, deve ser empregado de forma correta para aumentar o grau de eficácia como método anticoncepcional. Outro tipo de cirurgia que começa a ser feita com mais frequência no Brasil é a vasectomia, que consiste na esterilização do homem. O processo cirúrgico é bastante simples, mas é necessário que os cônjuges tenham certeza de que não querem mais filhos, pois também é praticamente irreversível.

O diafragma e o DIU são utilizados pelas mulheres sob orientação de um especialista. Este último pode ficar no organismo feminino por até 18 meses, sendo colocado e retirado pelo médico. O método Ogino, ou tabela, apoia-se na ideia de que a fertilidade da mulher está limitada a certos momentos do ciclo. Os casais que usam este sistema trabalham em cima da data da ovulação, o que em determinadas mulheres pode ser bastante irregular.

Apesar de ser importante o alto grau de informação, é imprescindível também que o marido e a esposa optem fazer o controle da natalidade da melhor maneira para ambos. Esta integração, tendo sempre Deus como base, manterá o casal pronto para receber os filhos conto verdadeiras bênçãos do Pai.


Fonte: Jornal El Shadai, nº2, pág 3, Outubro 92.


Ébano lança "Céu na bossa"

Determinação. Essa sem dúvida é uma das características do Grupo Ébano que surgiu em 1988. Composto por seis vozes femininas (Gilce, Gilbenice, Nelma, Elenice, Rosemery e Maria Lúcia) e influenciado pelos grandes trabalhos vocais da Bossa Nova e da M.P.B., o Ébano desponta como uma opção musical.

Premiado e reconhecido pela beleza do timbre e pelos arranjos bem elaborados, o Ébano começou a trajetória artística percorrendo vários espaços culturais, apresentando-se em inúmeros festivais realizados no Grande Rio. O Ébano inclusive já gravou faixas no disco "Graça e Paz" lançado em 89 pela gravadora BMG Ariola, ao lado de outros grupos.

Atualmente, o Ébano promove o projeto "Céu na Bossa", onde reúne vários artistas cristãos. A ideia surgiu da necessidade de se conscientizar sobre a importância da música, da arte e das manifestações culturais brasileiras. O grupo promove eventos em que se busca na expressão musical e poética uma identidade nacional.

Para Maria Lúcia, ou "Malú", uma das integrantes do Sexteto, "o grupo tem como objetivo uma proposta brasileira". Malu conta que quando o Ébano começou havia um certo espanto por parte do público, que talvez não estivesse acostumado com um grupo musical evangélico cantando Bossa Nova e outros ritmos. Hoje em dia, isso não acontece mais. Maria Lúcia diz ainda que não é fácil fazer um espetáculo, falta espaço, local e principalmente patrocinador. Mas apesar de todas as dificuldades, o Ébano vai resistindo sonoramente, inclusive abrindo espaço para os que possuem uma proposta musical parecida. Com esse propósito o Projeto "Céu na Bossa" preparou para este mês uma surper-programação que inclui Edson e Tita Lobo, Wanda Sá e João Alexandre.




Fonte: Jornal El Shadai, nº1, pág 8, Outubro 92.

A vitória dos caras-pintadas

O Jornal do Brasil de 3 outubro último, publicou importante matéria do analista político VILLAS-BOAS CORREA, com o título acima, discorrendo sobre a atuação dos jovens brasileiros que invadiram as principais ruas das capitais do país, quando da tramitação da autorização do processo de impeachment pela Câmara de Deputados.

Os jovens que protestavam nas praças públicas logo foram identificados como "os caras-pintadas". O articulista diz: "A juventude foi a dona e o melhor da festa. Nada a igualou na pureza do impulso generoso, na gratuidade da invasão instantânea das ruas, na ocupação dos espaços vazios pela deserção da esperança..." - muitos declararam que os jovens da geração que vivia alienada, finalmente se despertaram para o exercício da cidadania.

Deixando de lado o aspecto político de tal mobilização, desejo alinhar alguns pensamentos sobre as lições espirituais que o movimento "caras-pintadas" nos proporciona:

PRIMEIRO: A força da juventude; e é exatamente isso que constatamos em nossas Igrejas, Associações, Convenções e em todas as denominações. Aliás, o próprio veterano João já declarava: "Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno" (I Jo.2:14). Precisamos abrir espaço para que os nossos jovens possam ocupar o seu lugar no Reino de Deus, neste tempo. Tenho ouvido de muitos jovens reclamações e até frustrações, pelo fato de muitas vezes não serem reconhecidos.

SEGUNDO: No movimento em tela, um outro aspecto a considerar foi a cooperação, sem a qual não existiria mobilização e impacto de proporção gigantesca. Cooperação deve caracterizar os evangélicos no Brasil, afinal a Bíblia nos diz: "que somos cooperadores de Deus" (I Cor. 3: 9a). A palavra cooperação vem do latim COOPERATIONE, que significa "o ato ou efeito de cooperar", o mesmo sentido é empregado a outras palavras tais como: cooperativa e cooperativismo. Neste tempo, Deus requer do seu povo cooperação mútua e isso só acontecerá no momento que, sem deixarmos de lado os nossos princípios, nos unirmos pelos "laços do amor".

TERCEIRO: Os caras-pintadas não desejavam se esconder atrás das pinturas, antes manifestavam repúdio diante dos fatos que se apresentavam e queriam que o quadro se revertesse. Na vida cristã, se desejamos que a situação se reverta, se queremos que vidas sejam transformadas, que a Igreja seja edificada e que o verdadeiro avivamento aconteça em nosso meio, se faz mister que andemos de cara descoberta- sem máscaras nem maquiagem, sem retoques. A Bíblia diz: "Mas todos nós com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor" (II Cor.3:18). Na esfera espiritual, a transformação acontece através dos "caras-descobertas", que, submissos à ação do Espírito Santo, refletem a glória do Senhor. Amém.

VITOR HUGO MENDES DE SÁ
Pastor - Presidente da Primeira Igreja Batista de Lins,
Diretor do Ministério ORE - Ondas Radiofônicas Evangélicas.


Fonte: Jornal El Shadai, nº2, pág 2, Outubro 92.


sexta-feira, 9 de outubro de 1992

O medo de dizer "não"

Se você é do tipo de pessoa que constantemente diz "sim", mesmo contra a vontade, saiba que não é a única. Existem dezenas de pessoas que, mesmo se violentando, acabam por dizer "sim", quando na realidade gostariam de falar "não". Mas o que leva a esse comportamento. Medo? Insegurança? Falta de personalidade? É possível que todos esses itens juntos.

O fato é que, normalmente, a pessoa que age desta maneira, está preocupada em agradar, ela precisa ser aceita, mesmo que isso represente abdicar dos seus próprios interesses em função do outro. O medo de ser rejeitada é tamanho que finda concordado.

É claro que todos nós já passamos por situações que devido a educação, ou talvés ao próprio conformismo, tenhamos feito o que na realidade não queríamos, como perder a hora do almoço porque a colega de trabalho saiu pra resolver problemas "pessoais". Ou quem sabe como daquela vez que tudo já estava combinado para "pegar" um cineminha com os amigos após o trabalho e justamente nesse dia o "patrão pede para comprar um presente prá esposa".

Pois é, de uma maneira ou de outra, em situações idênticas ou não, fato é que todos já passamos por tais circunstâncias. Alguns com o tempo conseguiram se livrar do estigma do "sim", outros continuam se anulando até hoje.

Amor condicionado ao comportamento

Segundo a psicóloga e psicanalista Elizabeth de Albuquerque Lima de Araújo, do Centro Médico Barão de Lucena, o problema do "Sim" é decorrente da infância. Muitos pais insistem na tradicional frase "se você não fizer como estou mandando, eu não gosto mais de você".

Essa atitude, como se verifica, implica no amor condicionado ao comportamento. Fica rotulado que se as coisas não forem feitas de acordo como foi pedido, então "não serei aceito", logo, "não serei amado".

Criada com o esteriótipo de concordar sempre, transgredir nunca, é possível que essa criança tenha dificuldades de dizer "não" na sua vida adulta, sentindo-se anulado todas as vezes em que tenha que tomar uma decisão.

A doutora Elizabeth ressalta que o fundamental é educar sem bloquear. Os pais precisam ter consciência de que é importante ensinar as crianças a dizer "sim", mas falar "não" também tem sua importância. Afinal, "não" tem porque viver agradando aos outros em detrimento de si mesmo. Portanto, pronuncie esse "Não" que está na ponta da língua.

Fonte: Jornal El Shadai, nº 1, Outubro de 1992, página 9.