Gracinda Freire - A transformação de uma atriz

"Ela fechada é apenas um livro. Porém aberta e lida é a Palavra de Deus. E todos os tesouros contidos aqui, todas as promessas, são para você. Leia-a para seres sabia. Viva-a para seres santa. Pratique-a para seres salva." Esta foi a dedicatória escritana Bíblia que a atriz Gracinda Freire recebeu da irmã Helena Brandão, quando conheceu a Jesus Cristo há dez anos atrás. Desde então, e vida de Gracinda, uma atriz que conheceu o sucesso no teatro, cinema e televisão, se transformou de uma trajetória de idolatria e pecado, em uma vida de busca constante da vontade de Deus.

Gracinda nasceu no interior do Rio Grande do norte, numa pequenina cidade chamada Nizia Floresta. Ela fala com orgulho de sua terra, que apesar de pequena, tem uma história de romantismo envolvendo a poetisa que emprestou de nome ao local. Filha caçula de uma fimília de 19 irmãos, ela conta que nasceu em condições bastante humildes e que pelo seu tamanho e fragilidade, todos achavam que ela não iria "vingar". Mas ao contrário, ela "vingou", cresceu e foi para Natal onde estudou junto com seus irmãos. Sua infância foi bastante incomum, pois seu pai era um oposicionista declarado a qualquer governo que surgisse. Assim, constantemente a família tinha que se mudar às pressas para outra cidade, pois, como Gracinda conta, briga política no Nordeste sempre acabava em violência. Desta forma, sua infância e adolescência foi passada em várias capitais nordestinas, principalmente em recife, onde viveu grande parte na bela Olinda.

Aos 18 anos, Gracinda Freire se casou com um músico de Recife, indo com ele para o Rio de Janeiro. Desta união, que durou nove anos, ela teve o seu primeiro e único filho. A atriz conta que com a dissolução do casamento, surgiu a oportunidade de ingressar na vida artística. Ela quis ocupar o tempo livre e entrou para um curso no Serviço Nacional de Teatro, aos 27 anos de idade. "O teatro foi sempreuma terapia muito grande para mim. Eu tenho para com ele uma dívida muito grande. O teatro foi um amigo que me tirou só depressões que a vida me colocava, lembra Gracinda. A partir deste curso, ela entrou no teatro profissional e na televisão. Na TV Tupi, ela interpretava uma espécie de teatro ao vivo junto com outros atores, sendo uma grande escola para todos os atores da época.

Sua primeira experiência como atriz de teatro veio ao lado de uma grande celebridade do ramo. Procópio Ferreira estava organizando uma turnê e precisava de uma jovem que interpretasse una papel na peça "Deus lhe Pague". Gracinda lembra que, apesar de não ter sido o papel principal, era um presente para uma atriz por ser um personagem o mito marcante. A partir deste primeiro contato, a jovem atriz foi muito bem recomendada por Procópio Ferreira, que ficou impressionado como o seu desempenho, indo em seguida trabalhar ao lado de Bibi Ferreira em peças que correram o Brasil inteiro em grandes temporadas. Com todo este sucesso no palco, veio também a projeção nas novelas da Rede Globo, onde Gracinda interpretou personagens em "Rosa Rebelde", e mais tarde, "Dancing Days", "Feijão Maravilha" e outras. O cinema também fez parte da carreira de Gracinda Freire. "O primeiro filme que eu fiz se chamava "Os Três Cabras de Lampeão", que foi inclusive premiado na Itália. Depois deste vieram vários outros como "Mineirinho, Vivo ou Morto" e muitos outros", lembra ela.

Em 1982, Gracinda já tinha cerca de 38 anos de carreira, mas sentia que algo faltava em seucoração. Ela conta que seu conhecimento de Jesus Cristo era uma coisa muito vaga, muito distante. A atriz lembra que sempre andou desesperada em busca deste Jesus, porém ela o buscava nos caminhos onde Ele não pódia ser encontrado. "Eu me enveredei por vários caminhos, porque eu fui enganada por aquela velha frase de que todos os caminhos levam a Deus. Isto é mentira", afirma ela. Gracinda conta que era muito interessada em seitas de origem hindu e oriental, buscando a verdade a qualquer preço. Segundo ela, durante muito tempo houve uma busca de uma razão dentro destas religiões, mas apesar de até se sentir bem, o vazio continuava dentro do seu coração. Numa noite, Gracinda conta que soube que Darlene Glória havia se convertido e que havia uma reunião onde ela daria o seu testemunho. "Eu fui ao local onde Darlene estava presente, achando que eu ia conhecer mais uma religião dentre as tantas que eu já conhecia", lembra ela. Só que desta vez tudo foi diferente. Gracinda afirma que tudo o que era dito pelo pastor parecia ser exatamente para ela. Quando Darlene Gloria, já como irmã Helena Brandão começou a testemunhar o que Deus havia operado em sua vida, tudo aquilo tocou dentro do coração de Gracinda. "Eu vi na minha frente uma menina, não aquela mulher que eu conhecia que escondia a sua beleza atrás de maquiagens e perucas. Uma moça linda com dois filhos e um marido e uma vida totalmente transformada".

Nesta data, o Espírito de Deus tocou na vida de Gracinda Freire e a transformou também de maneira maravilhosa. Ela diz que não há palavras para descrever o que ela estava sentindo. Segundo a atriz, nado do que ela possa contar com palavras pode alcançar a grandiosidade daquele encontro com Jesus. Gracinda, que era uma espírita convicta há 18 anos, deixou tudo aquilo, seguindo a Jesus e destruindo o altar e as imagens que ela mantinha em sua casa. "Eu estava sendo arrastada papa a escuridão, pois eu não seguia os mandamentos de Deus por desconhecê-los, mas a Palavra afirma que Deus perdoa o nosso tempo de ignorância", reflete a atriz.

Hoje, Gracinda Freire se dedica a divulgar o seu testemunho de mudança total de vida, além de batalhar pelo sonho de ver o teatro evangélico sendo encarado de maneira profissional. Para ela, ainda está faltando peças, autores, interessados e com gabarito para levar a Palavra de Deus através desta arte. Ela argumenta com muita autoridade dentro da Bíblia, garantindo que o povo evangélico precisar invadir "a área do diabo da mesma forma como ele invade a área do cristão. Gracinda finaliza afirmando que a Palavra diz que o povo de Deus tem que ter espírito não de timidez, mas de fortaleza, intrepidez e amor, usando isto para a honra e Glória de Deus.

Fonte: Jornal El Shadai, nº 5, Dezembro de 1992, página 6.

Alimentação alternativa, a solução para a fome

O sustento da família está cada vez mais difícil. Os preços disparam quase que diariamente nos supermercados, o que fazer? Como alimentar os filhos de maneira sadia com pouco dinheiro sem se tornar vítima da desnutrição, difícil não é? Mas existe uma solução à alimentação alternativa. Essa alimentação baseia-seno chamado "desperdício", ou seja, tudo aquilo que normalmente consideramos lixo como talos e cascas de frutas e legumes.

Essa pelo menos foi a solução encontrada por Mariléia Lea Corrêa Ramos, Chefe do Serviço de Nutrição do Hospital da Fundação Centro Brasileiro para Criança e Adolescente F. C .B.I. A. para alimentar as crianças da extinta Funabem.

Mariléia Lea Ramos adaptou ao cardápio, além de arroz e feijão, cascas de legumes e frutas suprindo desta maneira as vitaminas básicas ao corpo. Segundo a nutricionista" é preciso que as pessoas utilizem essa nova opção alimentar que além de ser bem mais econômica, contém alto valor nutritivo, porque as vitaminas dos legumes e das frutas concentram-se nas cascas. O mais importante, ressalta Mariléia, é que além do consumo da beterraba, as cascas também sejam utilizadas como fonte de alimentos. O mesmo pode ser feito com o abacaxi. Basta colocar as cascas no liquidificador, bater e coar. O resultado será um excelente suco com alto valor nutritivo e sem gastar dinheiro algum. Assim é possível que uma família de poucos recursos adquira uma boa alimentação combatendo o problema da desnutrição.

Mariléia Lea Ramos recomenda ainda que se aproveite qualquer "pedacinho" de terra para o cultivo de hortaliças, legumes e frutas, nem que seja um "pezinho" de salsa ou de limão, porque o consumo de um ou do outro certamente irá suprir à carencia de determinadas vitaminas.

Desnutrição, doença de milhões de pessoas

"É preciso vencer a desnutrição que passou a ser uma doença de milhões de pessoas, comprometendo principalmente os menores de 5 anos, as gestantes e o trabalhador", enfatiza Mariléia. É fundamental que as mães, principalmente as que fazem parte das camadas sociais menos favorecidas tenham consciência de que se pode tirar muito mais do que se imagina dos alimentos. É preciso aproveitar e reaproveitar tudo que é possível. Ela diz ainda que se deve utilizar talos e cascas de legumes e frutas como uma nova opção alimentar, mediante a crise econômica que o país atravessa, já que o problema da fome atinge a cada dia uma maior parcela do povo brasileiro". Mariléia explica Que a desnutrição é provocada pela falta de proteínas ao corpo humano consequentemente ocasionando anemia, verminose, bócio e desmame precoce, mas que pode ser combatida através da alimentação alternativa. Mariléia lembra ainda que a família é a principal guardiã de sua própria saúde, porque cabe a ela a decisão de; utilizar ou não os alimentos disponíveis de alto valor nutritivo; amamentar e desmamar corretamente e incorporar bons hábitos de higiene e alimentação.

Como estamos às vésperas do verão, Mariléia dá algumas dicas para sucos com base na alimentação alternativa.

1- Suco de Abóbora

• 1 copo de abóbora cozida
• 3 copos de leite ou água filtrada
• 1 colher de farelo de arroz torrado
• açúcar a gosto
• bater tudo no liquidifica-dor e tomar gelado

2- Suco de Abacaxi

• Casca de 1 abacaxi bater a casca no liquidificador e coar,
• ferver o bagaço para fazer mais suco,
• podendo acrescentar limão.

Câncer de próstata: A cura no diagnóstico precoce

As estatísticas revelam que atualmente a maior incidencia de câncer no homem localiza-se na próstata, vindo em segundo lugar o câncer de pulmão. Este problema porém, pode ser detectado no início e, posteriormente solucionado, através de um exame simples: o toque retal. Os especialistas afirmam que todo homem acimados 50 anos deve fazer anualmente este exame para constatar a presença do nódulo e definir se o tumor é ou não maligno, tomando assim as providências necessárias.

A importância do toque retal reside no fato deste tipo de câncer não ser evidenciado precocemente através dos sintomas. Quando a sintomatologia surge, o problema já está disseminado e na maioria das vezes já invadiu a cápsula prostática. A incidência aumenta de acordo com o avanço da idade do paciente. Quanto mais idoso o indivíduo, maior a probabilidade dele desenvolver este tipo de câncer. A próstata é uma glândula com aproximadamente 20 gramas, que se localiza abaixo da bexiga. Sua função é produzir uma fração do líquido espermático que auxilia na veiculação dos espermatozóides.

De acordo com o médico urologista Max Velmovitsky, é importante deixar claro que existem o adenoma de próstata, que é um tumor sem qualquer malignidade, e o carcinoma de próstata, que é o câncer propriamente dito. O urologista explica que com o toque retal, o médico constata a presença do tumor que vai para análise através da biópsia. Se for diagnosticado a existência apenas de um adenoma, este é retirado através da cirurgia aberta ou como recurso chamado Xansuretral, que é a retirada do tumor pelo canal uretral. "Existemhoje vários métodos para retirada de um nódulo benigno sendo aplicado com sucesso, entre eles, está muito em uso a hipertermia prostática, que é feita sem anestesia e consiste basicamente em esquentar a próstata", afirma o médico. Com estes processos o paciente se recupera prontamente, desaparecendo os sintomas que incomodam muito, como a urgência repentina de urinar e a diminuição e exitação urinária. Segundo o médico, estes sintomas surgem devido a posição da glândula no organismo. Quando há um tumor, este comprime a bexiga, causando os problemas que com a continuidade vão cansar a bexiga, levando a infecção urinária.

Se na biópsia, que hoje pode ser feita também através do moderno método da ultra-sonografia transretal, for constatada a presença do carcinoma de próstata, ou seja do câncer, os recursos utilizados são outros. De acordo com o Dr. Max, quanto mais idoso o indivíduo, maior a píopensão a desenvolver este tipd de tumor cancerígeno. O urologista acrescenta que caso seja diagnosticado ainda na sua fase inicial, o problema pode ser solucionado com a prostectomia radical, que a retirada total da glândula. "Esta cirurgia pode curar o paciente, mas isto não acontece se o câncer já estiver em estágio avançado, quando a doença já esta disseminada", alerta o médico. A cura está também diretamente ligada ao grau de agressividade do câncer. Segundo Dr. Max, existem cânceres biologicamente mais ou menos agressivos. Desta forma, o tratamento é diferenciado sendo em alguns casos mais radical.

A ciência, de acordo com o urologista, ainda não definiu exatamente porque aparecem o adenoma e o carcinoma de próstata, porém no caso do câncer já está provado que o hormônio masculino estimula o crescimento do tumor. Assim, unidos meios utilizados para impedir a disseminação é a diminuição da ofería deste hormônio ao tumor, ministrando inclusive o hormônio feminino e fazendo a cirurgia de "castração" do paciente.

As pesquisas revelam dados importantes que comprovam a grande incidência do câncer de próstata no homem mais idoso. Através de autópsias, ficou evidente que de 40 a 49 anos, a incidência é de quatro por cento; de 50 a 59 anos, o índice é de sete por cento; de 60 a 69 anos, é 12 por cento; de 70 a 79 anos, a taxa é de 18 a 40 por cento e acima dos 80 anos de idade, a incidência é de 60 por cento. Através destas estatísticas fica evidente a necessidade da realização periódica do toque retal, principalmente levando em consideração a idade do homem. Além disso, outro dado que já foi comprovado pelos especialistas, é a maior probabilidade do surgimento desta doença em pessoas que tenham membros da família com histórico de câncer de próstata. "Este tipo de carcinoma constitui hoje a neoplasia mais frequente no homem, representando 21 por cento do total dos casos. É por isso que eu reafirmo a importância da realização do exame, pois quanto mais cedo for diagnosticado, mas chances do paciente ser curado", finaliza Dr. Max Velmovitsky.

Fonte: Jornal El Shadai, nº 5, Dezembro de 1992, pag 13.

Deus é demais: Malu Pinheiro

Malu Pinheiro, como toda moça sonhava em casar e ter filhos. Bonita, desde pequena chamava à atenção dos homens. Adolescente ainda, já despertava paixões inclusive em homens casados, maridos das amigas. Na escola, na vizinhança, era a que mais sobressaia devido ao seu encanto. No trabalho, era tão "paquerada" que chegou a pedir demissão, devido a insistência do chefe. Mas Malu queria apenas um homem que a amasse de verdade, que não apenas à desejasse. Malu fixou a idéia de que todos homens eram iguais, que apenas queriam se aproveitar. Ela almejava mais do que sexo. Malu ansiava por carinho e aconchego. Sentido-se cansada decidiu passar alguns dias numa Colônia de Férias. Foi ali que despertou para o homossexualismo. No banheiro do alojamento viu pela primeira vez duas mulheres se beijando. O coração acelerou... os olhos brilharam... a mente divagou.., e ao mesmo tempo em que repudiava àquela cena se sentia mais atraída...

Malu começou a frequentar barzinhos de homossexuais e lá conheceu uma garota por quem sentiu muito atração. Reencontrou-a logo depois na casa de uma amiga e foi nesse dia que Malu foi beijada pela primeira vez. Seu primeiro beijo foi dado por uma mulher. Coração novamente acelerado... vergonha, medo, excitação...

Quando fez 18 anos, foi a uma boate e lá começou a namorar uma garota com quem dançara. Entre "tapas e beijos" o romance, durou 2 anos já que Malu não se deixava tocar... Ela queria apenas ser beijada, abraçada. Queria atenção, carinho... precisava de ternura ...

Depois de algum tempo, Malu começou uma nova relação e essa foi prá valer. O novo caso tratava-a que nem uma princesa, sendo afetuosa, carinhosa e Malu de repente se viu completamente envolvida , findando por ir morar com essa mulher. A família percebeu, os comentários surgiram, a mãe entre lágrimas dizia que tinha uma filha homossexual...

Os sentimentos eram confusos. Malu não queria admitir que gostava de mulheres, no entanto, a atração que sentia pelo sexo feminino estava nas entranhas e por mais que tentasse seria difícil repudiar esse desejo... só podia ser uma coisa satânica. Nesse meio tempo a família de Malu tornou-se evangélica, aceitando Jesus como salvador ... e as orações começaram... .

A Bíblia foi lida várias vezes e nenhuma dessas vezes Malu entendeu a palavra do Senhor e somente mais tarde é que percebeu que quando não se tem Jesus não se compreende nada. O clima na casa dela continuava tenso e Malu resolveu voltar para junto dos familiares fingindo, no entanto, que terminara com a mulher. Mas a paixão era muito forte. Apesar da ardência desse relacionamento, Malu sentia a dor da mãe e sofria. Então num dia em que refletia sobre a vida e sobre os próprios sentimentos pediu a Deus que lhe desse uma nova oportunidade... que fosse possível começar tudo de novo. Então as coisas começaram a mudar... o caso de Malu já não a tratava com tanto carinho, as gentilezas foram se tornando raras. A relação terminou e Malu sentiu-se morrer... mas aos poucos pela força do Espírito Santo, começou a reagir. Passou a frequentar a igreja e lá conheceu um rapaz a quem revelou o seu grande segredo. Teve apoio e carinho desse homem que mais tarde pediu para namorá-la. Após o batismo, Malu começou a fazer parte do Grupo de Teatro "Arte e Fé" e atualmente também realiza um trabalho de evangelização com os homossexuais que atuam na Glória, Lapa, Cinelândia e Praça Mauá. Malu compreende muito bem a vida dessas pessoas e por isso tenta resgatá-las para junto de Deus.

Malu, no momento não está namorando, entretanto não se sente mais sozinha porque tem esperanças de que um dia o Senhor irá realizar os seus sonhos de encontrar o verdadeiro amor num homem que a ame de verdade e que juntos unido s pelo companheirismo e carinho possam louvar o Senhor de mãos dadas...

OBS.: Atendendo ao pedido da irmã usamos um nome fictício. No entanto, qualquer correspondência poderá ser enviada à edição de nosso jornal.

Fonte: Jornal El Shadai, nº5, pág 20, Dezembro 1992.

Descobrindo o amor em Pedra de Guaratiba

Atualmente mantendo 70 crianças, o Abrigo Evangélico de Pedra de Guaratiba vem desde 1947 dando a menores entre 3 e 15 anos, um lar e educação secular e espiritual. Ligado à União das igrejas Evangélicas Congregacionais dos Brasil, o órgão sobrevive das doações voluntárias das igrejas e irmãos que acreditam no trabalho e têm consciência de sua importância.

As crianças do Abrigo, na sua maioria, são órfãos apenas de um dos pais. Por viverem em condições de muita pobreza, sem quem cuidem delas, estes menores são encaminhados pelas igrejas para morarem no Abrigo. Na instituição, elas freqüentam a escola pública e recebem dos funcionários, orientação religiosa e familiar. Segundo Leda dos Santos Cruz, secretária do Abrigo, todas as crianças são filhas de pais não evangélicos. Assim, ela afirma que os menores sempre trazem consigo hábitos e comportamentos errados que necessitam de muita orientação e carinho para serem superados e corrigidos. A secretária conta que o diretor, pastor José Rosa Franco e sua esposa Janete, que moram no Abrigo, cuidam desta parte de orientção e auxílio meral às crianças.

O trabalho requer um custo financeiro muito elevado, o que faz com que o Abrigo Evangélico de Pedra de Guaratiba passe constantemente por sérias dificuldades para ser mantido. A maior parte do recursos vêm das igrejas congregacionais, mas outras instituições e pessoas físicas também contribuem com o trabalho. Muitas campanhas são feitas com o intuito de angariar gêneros alimentícios e vestuário para as crianças, mas apesar disto, muitas vezes o órgão fica vários meses sem ter condições de ao menos pagar a conta de água por não ter dinheiro em caixa. "Esporadicamente nós recebemos alguma verba dos governos estadual e federal, mas estas não são suficientes para cobrir as nossas despesas que são muitas", revela Leda.

Com os recursos escassos, o Abrigo foi obrigado a manter o regime de rodízio dos funcionários. Todos os 12 empregados trabalham por escala na cozinha, na coordenação, como monitores e nas demais áreas. Segundo a secretária, a falta de verba fez também com que o Abrigo abrisse mão do psicólogo que trabalhava na orientação das crianças. O revezamento, de acordo com Leda dos Santos, vem tendo um bom resultado, pois todos os funcionários, todos tratados por tios, tenham a oportunidade de trabalhar diretamente com as crianças, não permitindo que elas tenham vínculo de amizade apenas com alguns, mas sim com toda a equipe.

A faixa etária que o Abrigo estabelece para receber as crianças é de três a seis anos de idade, porém elas permanecem na instituição até os 15 anos. Alguns são enviados pelo Juizado de Menores e ficam no Abrigo até alcançarem a maioridade. A secretária explica que de 15 em 15 dias, as crianças vão para a casa de algum familiar para passar o fim de semana. "É raro o caso de crianças que não tem nem pai, nem mãe. Muitas delas, são colocadas pelos pais que nunca mais voltam ao Abrigo para vê-las", afirma. Segundo ela, a igreja que encaminha o menor fica responsável por ele, levando esta criança para passar dias, durante as férias escolares, nas casas de membros da igreja.

O Abrigo é constantemente procurado para novas internações, mas devido a falta de condições de atender a todas as solicitações, o Conselho faz uma triagem para averiguar a real necessidade desta criança. "É necessário haver esta seleção, inclusive o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente faz uma grande pressão, pois não nos dá margem para termos uma instituição em regime de internato. Eles querem agora que as crianças fiquem abrigadas nas casa-lares, que são pequenas residências com algum internos e um responsável", revela Leda. Entretanto, mesmo antes do Estatuto ser aprovado, o Abrigo de Pedra de Guaratiba já trabalhava com o "objetivo de construir dentro de seu terreno várias unidades de casas-lares, dando a elas uma noção mais real de família. De acordo com Leda, o plano do Abrigo, é construir sete casas deste tipo, mas até agora apenas uma está pronta e funcionando e outra foi interrompida no meio da construção por falta de recursos financeiros. Enquanto este projeto não pode ser executado integralmente, as 70 crianças ficam nos dormitórios que abrigam em média 30 internos cada um.

"O nosso apelo é que as pessoas realmente sejam tocadas e sintam a necessidade das nossas crianças porque nós vivemos de doações", garante Leda dos Santos Cruz. Com todas estas dificuldades, o Abrigo Evangélico de Pedra de Guaratiba vem conseguindo dar a centenas de crianças carentes, a oportunidade de uma educação mais digna como seres humanos. O Abrigo, que tem como presidente o pastor Deneci Gonçalves da Rocha, tem a sua secretaria de coordenação na rua São Luiz Gonzaga, 1.132„ em São Cristovão, e o telefone para contato de pessoas que queiram ajudara obra é 589-3204.

Fonte: Jornal El Shadai, nº5, pág 15, Dezembro 1992.

Paraplégico com liberdade total

Fotos: Carlos Carvalho

Cada deficiente físico tem características próprias imprimidas pelo seu problema que dá a ele mais ou menos capacidade para se locomover sozinho. Desta forma, as cadeiras de rodas utilizadas por estas pessoas necessitam ter linhas que tomem o mais confortável possível para comportar o deficiente e amenizar o máximo suas limitações em relação a realidade do ambiente onde ele viva. Pensando nisto, o professor de Educação Física Jorlan Cleber de Oliveira Souza desenvolve, há cerca de quatro anos cadeiras de rodas personalizadas que são feitas levando em consideração o grau de deficiência de cada indivíduo.

"Eu comecei a fazer este trabalho primeiramente porque no Brasil, o deficiente, é físico e financeiro. Então eu me propus a fazer cadeiras a nível quase internacional", conta Jorlan Cleber. A importância deste trabalho reside no fato de caso ter características diferentes, o que no Brasil isto não é levado em conta. O professor afirma que o material produzido no país parte da premissa de que é o deficiente que tem que se adaptar a cadeira e não o contrário. Nos países do primeiro mundo, a preocupação com este tipo de problema é totalmente diferente. O produto oferecido no mercado é de alta tecnologia, dando ao portador de alguma lesão capacidade para se locomover e desenvolver atividades tanto profissionalmente como no campo do esporte e lazer.

Todo o trabalho de Jorlan é feito em uma oficina montada por ele em sua casa. Lá, ele adaptou equipamentos para adequar ao tipo de desempenho que é necessário para o material produzido. Ao longo destes quatro anos de produção, ele já fez cadeiras para crianças, que requerem estruturas especiais principalmente devido a estatura, e para atletas que tem a carência de cadeiras que alcancem um bom desempenho em quadras e pistas de atletismo. A produção é feita a partir de um exame minucioso da pessoa que vai utilizar a cadeira de rodas. Jorlan faz uma análise apurada para avaliar o nível de deficiência, ponto de equilíbrio e atividades que o portador da lesão executa. Além disso, o professor estuda o local onde a cadeira vai ser utilizada para que o seu tamanho e atrito com o solo seja o melhor possível.

Segundo Jorlan Cleber, a maior dificuldade em termos de aquisição do material para a produção das cadeiras são as rodas dianteiras de oito polegadas que não são fabricadas no Brasil. A solução neste caso é fazer adaptações do que já existe no mercado, porque o material importado eleva muito o custo da cadeira. "Outro problema é que as cadeiras usam rodas traseiras com aro 24 e isto gera grande dificuldade porque não existe mais bicicleta com esse aro, assim os fabricantes não produzem mais pneus para estas rodas", revela o professor. De acordo com ele, mais um ou dois anos e este produto vai sumir totalmente do mercado porque não é lucrativo fabricar pneus só para cadeiras de rodas.

O custo de uma cadeira está em torno de um milhão e 600 mil cruzeiros hoje. "Isto sem computar o xigênio, acetileno, disco de corte e combustível que eu não cobro", garante ele. De acordo com Jorlan, o custo aumenta ainda mais porque todas as rodas levam rolamento para aliviar o peso e fazer com que a cadeira deslizes com mais facilidade.

"No Brasil quem não é produtivo não tem vez", afirma o, professor. Ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos, as ruas, prédios e transportes não são adaptados para receberem os deficientes físicos que se locomovem com cadeiras de rodas. Isto limita ainda mais o campo destilação de uma pessoa portadora de lesão. Em particular no Rio de Janeiro, não há infra-estrutura para facilitar a vida e a locomoção de um deficiente. Ele cita, como exemplo, as portas: que dificultam a passagem das cadeiras, a falta de rampas, além dos banheiros públicos que não são adequados para servirem a estas pessoas. Com estas dificuldades, toma-se ainda mais importante um trabalho que tente amenizar os problemas já consolidados para que o deficiente físico tenha chance de trabalhar, praticar esporte e se movimentar sem que haja discriminação ou que seja visto como um ser improdutivo, o que não é absolutamente uma realidade.

Fonte: Jornal El Shadai, nº 5, Dezembro de 1992, pag 13.

MK Realiza encontro de confraternização

Alegria, harmonia e louvor. Esse foi o astral durante o encontro de confraternização no último dia 7 que reuniu mais de 130 pessoas nas dependências da MK Publicitá. A reunião preparada especialmente para cantores e compositores da MK transcorreu em clima de intensa satisfação. Talentos da música evangélica como Cassiane, Beth Santos, Marina de Olivena, David Montenegro, Grupo Ruama, Águas e muitos outros confirmaram porque são os novos valores.

Os presentes tiveram a oportunidade de assistir a performance dos artistas que de maneira improvisada realizaram um show que contou com a participação dos convidados que contagiados pediam "bis" aos seus colegas. Presente à, reunião, o Deputado Arolde de Oliveira mencionou o empenho dos funcionários da MK Publicitá e do Grupo El Shadai (Rádio e Jornal) que souberam enfrentar com competência as possíveis adversidades. Arolde falou também sobre o espetáculo "Nascer, Viver, e... Viver " que será realizado pela MK Publicitá no Imperator, dia 21 de dezembro. O show irá reunir os grandes nomes da música evangelica que irão louvar e glorificar o Deus Vivo.

Fonte: Jornal El Shadai, nº 5, Dezembro de 1992, pag 12.